5 Dec 2025
Teresa Bernardino chegou ao CENFIM de Oliveira de Azeméis há 26 anos. É diretora há sete.
Teresa Bernardino, durante as comemorações 40.º Aniversário do CENFIM
No âmbito das comemorações do 40.º aniversário nacional do CENFIM, Teresa Bernardino, diretora do núcleo de Oliveira de Azeméis, passou em revista a história local da instituição. Com 38 anos de atividade no concelho, o centro afirma-se como uma referência na indústria metalomecânica, orgulhando-se de instalações de ponta e de uma taxa de colocação no mercado de trabalho praticamente total, num momento em que a falta de mão de obra qualificada continua a ser o maior desafio empresarial.
O CENFIM (Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica) celebra quatro décadas de existência no país, mas em Oliveira de Azeméis a história escreve-se há 38 anos. Durante a cerimónia comemorativa, Teresa Bernardino recordou o percurso do núcleo que lidera, sublinhando a evolução estratégica das infraestruturas para responder às exigências da indústria.
"Estamos em Oliveira de Azeméis há 38 anos, quase 39", começou por esclarecer a diretora, recordando que o crescimento do núcleo obrigou a várias mudanças de instalações até à atual localização, o que permitiu um salto qualitativo na capacidade formativa: "Se antigamente tínhamos uma oficina de soldadura com 6 postos, nós hoje podemos nos orgulhar em ter uma oficina de soldadura com 16 postos. O que, para nós, é fantástico. Não há qualquer escola que consiga ter uma oficina de soldadura com 16 postos".
Para além da soldadura, a responsável destacou o investimento na modernização tecnológica, nomeadamente com a inauguração, em dezembro de 2022, daquela que classificou como "a maior, a melhor e a mais bem equipada academia de CNC".
Uma resposta à "falta de mão de obra qualificada"
Com a indústria metalúrgica e eletromecânica a enfrentar uma escassez crónica de recursos humanos, Teresa Bernardino foi perentória quanto ao papel do centro na mitigação do problema, embora admita que a procura supera a oferta. "À medida que os convidados vão chegando, muitos empresários batemos sempre na mesma tecla: Falta de mão-de-obra qualificada".
A diretora garantiu que quem passa pelo CENFIM tem garantias de trabalho. "Dizem os números que [a empregabilidade] ronda os 90%, mas eu costumo brincar a sério que são de 100% ou 200%, porque só fica na área de quem não quer". O segredo, segundo a mesma, reside na proximidade com o tecido empresarial para garantir o "casamento" perfeito entre formando e empresa: "Este conhecimento que temos no tecido empresarial, tem feito de nós a diferença, no sentido de colocarmos a peça certa no local correto".1
Teresa Bernardino deixou ainda um conselho estratégico aos empresários presentes sobre a retenção de talento: "Se as empresas querem que os recursos se mantenham e fiquem com eles, o primeiro segredo é recrutar pessoas da sua zona geográfica".
Formar cidadãos, não apenas técnicos
Apesar do forte cariz técnico, a intervenção sublinhou a vertente humana da formação. "No CENFIM não formamos apenas técnicos, não é isso que temos. Temos a missão e o dever de formar cidadãos". A diretora enfatizou a importância de preparar os formandos para o trabalho em equipa e para o relacionamento interpessoal, referindo atividades intergeracionais e de cidadania como parte integrante do currículo. "É muito importante que os jovens saibam lidar com as pessoas de mais idade", exemplificou.
Números de uma história de sucesso
A encerrar a sua intervenção, Teresa Bernardino apresentou os números que espelham o impacto do núcleo na região. "Em Oliveira de Azeméis, nos nossos 38 anos de atividade passaram por nós 32 mil formandos". Atualmente, o núcleo movimenta cerca de mil formandos por ano, mantendo o compromisso de "contribuir para o fortalecimento do tecido empresarial".
"Somos uma referência a nível de mão-de-obra qualificada que muitos de vocês têm nas vossas empresas", concluiu a diretora, agradecendo à sua equipa e aos parceiros que tornaram possível este percurso de quase quatro décadas.