11 Feb 2025
“Não se deixou inebriar pelo pelo sucesso empresarial, ou, pelo prestígio social, pelo contrário”, um filantropo, na ciência, na cultura, nas artes, nunca esquecendo “as carências e os desafios da sociedade portuguesa”, como ali lembrou Rui Moreira. Na foto comendador Ilídio Pinho discursa, tendo do seu lado esquerdo Rui Moreira, presidente da CM Porto; o ministro Pedro Duarte, em representação do
> Em memória de Ilídio Pedro (seu filho)
Ramalho Eanes recebeu, na passada segunda-feira, o Grande Prémio Fundação Ilídio Pinho, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no Porto. Perante dezenas de ilustres convidados da sociedade portuguesa.
No seu discurso de entrega do prémio, Ramalho Eanes, de 90 anos, classificou a distinção como “uma atribuição excessivamente generosa”, que acabou por aceitar para que os membros do júri não interpretassem a recusa como “uma manifestação de menos respeito ou consideração. (....). Não podia também deixar que o Eng. Ilídio Pinho tivesse dúvidas quanto ao meu juízo sobre o prémio que instituíra para homenagear a memória do filho e, simultaneamente, homenagear o chão que o vira nascer, viver e partir”.
Ilídio Pinho, fundador e presidente da Fundação Ilídio Pinho, destacou que a entrega desta distinção se justifica por Ramalho Eanes ser “um ativo de Portugal e da portugalidade”.
“Permitam-me saudar vossas excelências com particular emoção, porque estamos a entregar pela terceira vez o Grande Prémio da Fundação Ilídio Pinho, a uma personalidade que a nossa sociedade reconhece como vértice da portugalidade. Depois de Tolentino de Mendonça e Siza Vieira, o general Eanes vem completar um triângulo no grande prémio que vai continuar a distinguir portugueses de excelência em nome da fundação que criei, em memória do Ilídio Pedro (seu filho). Segundo as leis da geometria, o triângulo é a mais forte das figuras e ganha ainda mais solidez sempre que um dos seus lados sofre uma pressão externa, porque se apoiam reciprocamente e assim reforçam a sua estrutura. Se Tolentino e Siza constituíram as duas fases da medalha deste grande prémio, a escolha do general Ramalho Eanes prolonga o reconhecimento do júri para lá da poesia e da arquitetura. Na medalha que vamos entregar ao senhor general Ramalho Eanes está escrito liderança. (…). Há nesta cerimónia uma fotografia em que eu, o jovem Ilídio Pinho, recebo o jovem presidente Eanes, na empresa que fundei, a Colep, e que se transformou numa empresa líder europeia. Nessa fotografia em que ambos mostramos o nosso perfil há um sentido que os dois partilhamos: a portugalidade. Assim foi, o general e eu próprio, sempre convergimos no que é essencial para o nosso país.”
Ilídio Pinho, presidente da Fundação Ilídio Pinho
Um prémio jovem e em crescimento
“O Estado e o povo muito devem ao nosso premiado de hoje, conforme reconheceu o júri, presidido pelo Eng. Ilídio Pinho, e que este ano, integrou pela primeira vez, uma neta do fundador, a Dr. Marta Pinho, num sinal que este grande prémio é ainda jovem e veio para crescer.”
Carlos Magno, jornalista e diretor executivo do Grande Prémio Ilídio Pinho
Um prémio que também homenageia o seu patrono
“O Grande Prémio Ilídio Pinho visa homenagear uma personalidade portuguesa de reconhecido mérito e prestígio internacional, mas é também uma homenagem ao seu patrono. O prémio que nos reúne hoje aqui reflete a intensa atividade cívica do eng. Ilídio Pinho, um homem que não se deixou inebriar pelo sucesso empresarial, ou, pelo prestígio social, pelo contrário. Ao Ilídio Pinho não lhe são indiferentes problemas, as carências e os desafios da sociedade portuguesa. Uma prova disso é a associação que justamente criou para se dedicar ao bem comum e à cidadania responsável.”
Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto