Humanidade, que futuro?

Helena Terra

> Helena Terra

Enquadrando, dir-se-á que humanidade é o conjunto de todos os seres humanos. Os seres humanos têm um conjunto de características que os distinguem, como sejam, a bondade, a benevolência, a compaixão e a solidariedade, ou, dito numa palavra, a empatia que é a faculdade de compreender emocionalmente o outro e a capacidade de se identificar com outra pessoa e de partilhar os seus sentimentos e motivações.
Eis um assunto que nos deve interpelar a refletir e agir com rapidez, atendendo ao mundo real em que estamos a viver.
Segundo os Indicadores Estatísticos relativos aos crimes cometidos em contexto de violência doméstica e homicídios voluntários em contexto de Violência Doméstica, o número de vítimas, tem vindo a aumentar todos os anos. Em 2024, foram 22 o número de mortes vítimas de violência doméstica.
No ano de 2024, foram registados um total de 370 atropelamentos com fuga do condutor. De notar que isto revela que todos os dias há mais que uma vítima de atropelamento com fuga do condutor. Este ano, vamos pelo mesmo caminho, uma vez que, só até final de fevereiro foram registados 30 casos de atropelamento com fuga. Por cada um destes, o “fugitivo” comete um dos crimes mais hediondos, o da omissão de auxílio. Algo que até alguns dos animais irracionais são capazes de não fazer.
A violência entre alunos nas escolas continua a aumentar, perante a passividade de todos, sejam eles membros/quadros dessas escolas, seja os próprios pares que, impávidos e serenos, filmam para, posteriormente, por a circular nas redes sociai, para gáudio dos seus seguidores.
Esta semana veio a público a violação, em grupo, de uma jovem de 16 anos por 3 indivíduos, sendo um deles um influencer com vários milhares de seguidores e que, tendo filmado a violação a partilhou e que pouco tempo depois já tinha 32 000 visualizações, sem que nenhum dos “mirones” tivesse tido o mínimo de empatia ou humanidade para participar tais ilícitos criminais.
Foi necessário que a vítima fosse receber assistência a um estabelecimento hospitalar para que aí, os profissionais fizessem o que tinham de fazer: comunicar o caso às autoridades judiciais e judiciarias competentes.
Um dia, ainda no século passado, um aluno perguntou a uma antropóloga americana conhecida, Margaret Mead, que ficou, ainda mais conhecida, por ser a autora de “Adolescência, sexo e cultura em Samoua”, qual era, para ela, o primeiro vestígio de civilização humana. Ela respondeu: Um fémur com 15 mil anos encontrado numa escavação arqueológica. O fémur estava partido, mas tinha cicatrizado. Alguém tinha cuidado daquela pessoa. Abrigou-a. alimentou-a, protegeu-a, ao invés de a abandonar à sua sorte. Na natureza, qualquer animal que parta uma perna está condenado. A nós, seres humanos, o que nos distingue enquanto civilização é a empatia, a capacidade de nos preocuparmos com os outros.”
Terá a nossa civilização recuado mais de 15 mil anos?

Helena Terra, Advogada

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