27 Mar 2025
Adriana Santos, Marketing Manager e Pedro Sá, diretor de Inovação da Polisport, falaram do futuro da Polisport, numa óptica de trazerem até aos seus clientes produtos com qualidade, inovadores e sustentáveis.
> Empresa tem apostado na investigação de novos materiais e tecnologias mais sustentáveis, e na mobilidade suave
Criada em 1978 por Pedro Aráujo, fundador aficionado com a indústria das duas rodas, a Polisport surgiu pela necessidade que o empresário percebeu que existia na produção de peças de substituição para as motos de todo o terreno. A empresa “foi sempre muito focada em acessórios e componentes para as motos e bicicletas”, sendo atualmente líderes mundiais nas cadeiras de bebés para bicicletas.
Com as exportações a representarem mais de 98% da produção da Polisport, e estando presente em mais de 60 países, a empresa sediada em Carregosa aposta sempre na qualidade, na sustentatibilidade e na inovação, produzindo para marcas como a Husqvarna, Triumph, Gas Gas, Yamaha, Wunderlich, Stark, BeSafe, Burley e DECATHLON, Fifteen, Kvisp, Pierer Mobility, Trek, Riese & Muller, Accel Group, Cube, Scott., entre outras.
Novas gerações mais sensibilizadas com meio ambiente
Sempre atenta aos comportamentos dos consumidores, a Polisport tem sentido que “os comportamentos dos consumidores têm mudado e tem havido uma transformação, com as novas gerações cada vez mais sensibilizadas a estes temas dos impactos ambientais e com o destino final do produto”, começou por referir Pedro Sá, diretor de Inovação da Polisport.
O surgimento de cada vez mais veículos elétricos, nomeadamente as e-bikes, em que “já mais facilmente vemos a nível dimensional quadros de maior volume, portanto, cada vez mais está a haver um aumento dos componentes plásticos nas bicicletas, muito nesta necessidade de ter um melhor desempenho da e-bike. Uma vez que a mobilidade suave é cada vez mais utilizada pelas novas gerações, o uso massificado de soluções em plástico aprimoradas, permitem uma maior durabilidade e leveza, destes meios de transporte, potenciado um meio de deslocação mais sustentável.”, concluiu.
Como combater a desinformação sobre os plásticos
Atualmente associa-se a indústria dos plásticos e o próprio plástico, a um setor e produto com forte influência poluidora para o meio ambiente. No entanto, para Pedro Sá, essa desinformação “combate-se de várias formas”. “Primeiro, por educação, formação e sensibilização a nível dos plásticos, quais são efetivamente as suas vantagens, os seus benefícios e a forma de que o plástico passa a ser uma solução e não um problema”, começou por explicar. “A indústria deve adotar uma abordagem baseada em dados para avaliar de forma rigorosa os impactos ambientais e fundamentar as suas decisões. Mais de 90% dos nossos produtos são concebidos para utilização em ambiente Outdoor/Ar Livre, onde os plásticos apresentam vantagens significativas face a outras alternativas. No entanto, a sensibilização para a sustentabilidade exige um compromisso real com a economia circular. Uma das soluções essenciais passa por tornar os processos produtivos cada vez mais eficientes, minimizando desperdícios e reduzindo o impacto ambiental”, reiterou Pedro Sá, acrescentando que a Polisport acredita “muito em economia circular e no EcoDesing, no sentido de que tudo o que é desperdício dos nossos processos produtivos seja reintroduzido noutros produtos, fazendo uma valorização dos resíduos. Por exemplo, os guarda-lamas das bicicletas já integram 50% a 100% de produto reciclado. Também procuramos desenvolver algumas características biodegradáveis em alguns polímeros, em materiais que, além de serem recicláveis permitem uma maior biodiversidade em aterro, e em vez de demorarem 100 anos a se decomporem, demoram dois anos”.
Também Adriana Santos, responsável de Marketing da Polisport considera que “há um outro trabalho que deve existir de desconstrução, que é a dissociação do plástico de uma forma global, que é o mapa mental que temos das garrafas de plástico, das tampas, deste plástico descartável da indústria alimentar que em nada tem a ver com o nosso plástico. Porque se nós virmos o nosso plástico numa questão de durabilidade e de resistência, nós estamos a permitir a uma família que se desloque num meio de transporte muito mais limpo e económico e eficiente. E esta dissociação daquilo que é a generalidade do plástico é importante”.
“Inovação, sustentabilidade e competitividade estão aqui muito interligadas”
A política da Polisport baseia-se sobretudo em três pilares: inovação, sustentabilidade e competitividade, estando os três muito interligados, conforme explicou o diretor de Inovação, Pedro Sá. “Inovação, sustentabilidade e competitividade estão aqui muito interligadas, porque nós para exportar temos de ser competitivos e para hoje em dia termos uma tecnologia competitiva, temos de trazer automação, novos materiais e eficiência. A empresa tem que inovar também focando muito na sustentabilidade dos seus processos produtivos porque, efetivamente, hoje em dia temos já clientes, com a questão das diretivas europeias que têm que reportar um conjunto de informação dos produtos. Isto obriga-nos, indiretamente, a monitorizar e a apresentar também medidas que reduzam o impacto ambiental”, afirmou Pedro Sá.
Soluções decorativas sustentáveis alternativas aos autocolantes e à pintura
Uma das medidas que a Polisport se encontra a trabalhar no sentido de reduzir o impacto ambiental, passa por substituir a decoração presente nas motos, bicicletas e acessórios das mesmas, que tradicionalmente são feitos através de autocolantes, por impregnar os gráficos na própria peça. Esta alteração faz com que no final de vida do produto, o mesmo seja “100% reciclável”.
“Tradicionalmente a decoração das motos e das bicicletas é feita através de autocolantes, que depois leva a que o produto, no seu fim de ciclo de vida, não possa ser reciclável. Estamos agora a dar o passo da substituição de adesivos, autocolantes e pintura, por soluções inovadoras.. A decoração é feita em simultâneo aquando do processo de injeção - uma só operação promove a eficiência e um uso mais racional de recursos. No fim do ciclo de vida do produto, é 100% reciclável promovendo a circularidade dos materiais.”, atestou Pedro Sá, diretor de Inovação da Polisport.
Formação e aposta nas energias renováveis
Na Polisport, a formação dos seus colaboradores é considerada prioritário, tendo sido feita uma “aposta muito forte em formação, nomeadamente nas Green Skills”, conforme referiu o diretor de Inovação da Polisport.
“Tem havido um forte investimento na formação, um pilar essencial para o nosso desenvolvimento. Esta aposta abrange não só a educação e capacitação dos nossos clientes, garantindo que tenham acesso a dados concretos e mensuráveis, mas também a qualificação contínua dos nossos próprios colaboradores, com um enfoque especial na sustentabilidade. Todos estes avanços resultam de um forte investimento em investigação e desenvolvimento, com o objetivo de promover uma maior sustentabilidade”, concluiu Pedro Sá.
Além deste compromisso com a formação, a Polisport realizou um investimento significativo em energias renováveis, permitindo que, em determinados dias, 100% da energia utilizada nesta unidade provenha de fontes renováveis.
Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial do Setor das Duas Rodas (AM2R
A Polisport Plásticos lidera esta agenda que impulsiona a inovação e sustentabilidade no setor das duas-Rodas em Portugal.
A AM2R promove a redução de emissões de CO2 ao promover a substituição de veículos motorizados por bicicletas, fortalecendo a competitividade nacional. O projeto prevê a criação de 1.114 postos de trabalho, com 238 qualificados, e um volume de vendas de 336 milhões de euros, sendo 73% para exportação.
A Polisport lançará neste âmbito produtos inovadores através das marcas próprias Polisport, Bobike e Catlike e clientes Primeiro Equipamento, para a mobilidade suave, utilizando plástico diferenciado para criar soluções leves, duráveis e sustentáveis, oferecendo às famílias um meio de transporte confiável e eficiente.
A importância do trabalho que a APIP está a fazer
Desde que a APIP tem uma nova liderança que a direção tem trabalhado no sentido de alterar a conetividade negativa associada à indústria dos plásticos e ao plástico em si. Para Pedro Sá, esse trabalho que a APIP tem vindo a fazer “é muito importante”. “Este trabalho que está a ser feito pela APIP, de procurar soluções para reduzir o impacto ambiental dos plásticos, acho que é muito importante e principalmente aqui neste polo [Oliveira de Azeméis], que é um polo forte de moldes e de plásticos”, disse Pedro Sá.