‘Jornadas Pedagógicas’ na EBS de Fajões

Esta é já a terceira edição das ‘Jornadas Pedagógicas’, iniciativa promovida pelos professores, mas concretizada e organizada inteiramente pelos estudantes do ensino secundário. 
Em nota enviada ao Correio de Azeméis, a Comissão Organizadora das Jornadas Pedagógicas deu conta de que o principal objetivo do tema escolhido foi “sensibilizar a comunidade escolar para a relevância da literacia financeira” e proporcionar uma “experiência prática” que permita aos estudantes desenvolver múltiplas competências.

“Há cerca de três anos, eu e o professor Hugo Moreira conversámos sobre a possibilidade de ‘fazer diferente’. A ideia foi deixar que os alunos desenvolvessem o trabalho e lançámos o desafio ao 12.º ano, que nos pareceu ser o ano onde os alunos tinham maturidade suficiente para resolver um desafio como este”
Hugo Almeida, professor co-fundador das ‘Jornadas Pedagógicas’

“A ideia foi sempre passar para os alunos a responsabilidade. Era interessante colocar os alunos numa situação concreta em que teriam que resolver tudo e enfrentar os desafios todos. Depois, apesar de eles pensarem que não, estamos sempre a ver o que de positivo eles fazem e as dificuldades que vão ter, e isso é contabilizado nas avaliações das nossas disciplinas”
Francisco Moreira, professor co-fundador das ‘Jornadas Pedagógicas’

“Quis associar-me logo à ideia, porque gosto de coisas diferentes e inovadoras, gosto que os alunos façam e aprendam. Tínhamos muita expectativa e, ao mesmo tempo, não tínhamos nenhuma. Superaram em muito as nossas expectativas. Os alunos trabalharam imenso, foram incansáveis"
Margarida Barreiros, professora co-fundadora das Jornadas Pedagógicas

“A literacia financeira é muito mais que gerir. É saber de impostos, consumo e uma série de situações. Hoje, o jovem é impaciente, e o consumo ou o hiperconsumo afetam sempre a vida. E é difícil muitas vezes tomar essas decisões. Quando se começa a pensar na literacia financeira, que é moda, pensa-se que ela se tem logo desde o início, mas não é fácil ter esse conceito. A escola e o Estado devem prepará-los para isso em termos de informação”
Simplício Pires, professor de Economia

“Os alunos aprenderam com esta iniciativa a ter capacidade organizativa, mas também a perceber que é importante o trabalho colaborativo e que há também informações que têm de aprender de uma forma autónoma. É preciso que eles comecem a ter as competências que são necessárias para a vida real e penso que a escola de Fajões tenta preparar os alunos para que enfrentem o futuro com confiança, mas também com conhecimento.”
António Camilo Silva, diretor do Agrp. de Escolas de Fajões

“Não tenho dúvidas de que a organização destas jornadas tem uma relevância extrema naquilo que é a vossa preparação para o futuro. Desde logo, organizar e pensar um evento como este obriga-vos a trabalhar em grupo, a saber se há conflitos, opiniões diferentes, que os tempos de cada um que são diferentes para executar tarefas e isso é uma aprendizagem para o futuro. Obriga-vos também a gerir algumas frustrações e a entrarem um bocadinho neste mundo dos mais velhos. Em termos de ensino superior, não tenho dúvidas de que isto vos cria uma autonomia e um sentido de responsabilidade importantes”
Inês Lamego,  vereadora da CM com o pelouro do Desenvolvimento Social e Saúde