Júlio Pinto morreu há 25 anos

Opinião

> José Brandão de Sousa

Jornalista, crítico literário, autor de banda desenhada, resistente antifascista, membro do Partido Comunista Português, cronista radiofónico, poeta, autor de peças de teatro, Júlio Araújo Pinto nasceu em Oliveira de Azeméis, no dia 13 de junho de 1949. Embora filho de um conhecido comerciante, bem estabelecido na vila, desde muito novo, Júlio Pinto demonstrou uma consciência e uma atitude antifascistas e uma postura de luta pela Liberdade e contra as injustiças sociais. 
Foi um ativista da Oposição Democrática nas eleições de 1969 e um dos impulsionadores iniciais da criação da ARCA – Associação Recreativa e Cultural de Azeméis que tanto impacto teve na formação cívica e política de muitos oliveirenses.
Mobilizado para a guerra colonial (à qual firmemente se opunha), desertou. Passou a viver clandestinamente no Porto como funcionário do Partido Comunista Português. Denunciado por um ex-polícia que prestara serviço em Oliveira de Azeméis, foi preso e torturado durante muitos dias pela PIDE/DGS.
Após o 25 de Abril continuou as suas atividades no âmbito do PCP em Oliveira de Azeméis, de onde saiu para integrar a equipa do Ministério da Comunicação Social. Fez parte da equipa do jornal O Diário, afeto ao PCP, criado em janeiro de 1976, de onde foi demitido em 1981. A sua demissão e a “consequente” expulsão do PCP surgiram na sequência da publicação no semanário O Jornal de uma crónica de solidariedade com os ex-dirigentes do PRP, Carlos Antunes e Isabel do Carmo que se encontravam presos e em greve de fome, num processo que ficou conhecido como Caso Júlio Pinto. 
A partir de então, Júlio Pinto tem uma intensa atividade jornalística em diversos órgãos de informação: Inimigo (fiel), jornal “satírico-dependente” que ele próprio dirigiu, Bisnau, Diário Popular, revista Indy de o Independente, TSF (Crónicas de Escárnio e Maldizer). 
Com o ilustrador Nuno Saraiva criou as bandas desenhadas Filosofia de Ponta, Arnaldo, o pós-cataplético, Guarda Abília, etc.
Morreu no dia 5 de outubro de 2000.
No passado dia 4, amigos do Júlio Pinto reuniram-se, em Oliveira de Azeméis, num almoço para comemorar o 25º aniversário do seu último dia de vida. Sim! Para comemorar a Vida, essa Vida de que o Júlio larga e generosamente tanto go(a)stava!
 Foi um momento de recordação das múltiplas facetas e das inúmeras “façanhas” do Júlio. Pequeno contributo para que a sua memória perdure!  

José Brandão de Sousa, Colaborador

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