Juntas de freguesia não foram ouvidas

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Transportes Unir com problemas desde o arranque

Câmara não procurou JF para perceber que sugestões de novas rotas podiam dar para a nova rede UNIR.
Um dos problemas mais referidos pelos utilizadores, é a eliminação de rotas que existiam na antiga rede de transportes, a Transdev, levando a que grande parte da população fique sem transporte para se deslocar. Ao que o Correio de Azeméis conseguir apurar, os presidentes das juntas de freguesias não foram ouvidos antes da Unir ser implementada, não podendo dar sugestões de possíveis rotas, sendo apenas informados que a mesma ia entrar em vigor no dia 01 de dezembro.


“Não, não fomos ouvidos. Tomamos conhecimento dos transportes quando eles iniciaram, mas nunca fomos ouvidos sobre o processo, gestão de rotas, nada. Devia ter sido feito um levantamento correto das rotas e dos horários, porque estão a acontecer muitos problemas, principalmente com as crianças que se deslocam para a escola e que as rotas não estão dentro dos horários compatíveis com as aulas.” 


António Marques, presidente da JF. S. Martinho da Gândara

 

“Neste momento aquilo que nos têm reportado, é que para SJM não há questões com transporte direto, para OAZ, temos a mesma situação que tínhamos antes. Os estudantes da Ferreira de Castro, sei que tinham um transporte antes às 13h35 e agora só têm às 16h, e é essa principal queixa dos cidadãos que nós temos” 


Augusto Moreira, presidente da JF de Cesar

 

“A câmara nunca falou connosco a pedir sugestões. Veio para aqui um papel com uns roteiros, mas não tem horários, não tem nada. As pessoas vêem-se à nora. Não sabíamos de nada, na altura fomos surpreendidos com esta mudança e ela não está a funcionar em condições.” 


Constança Melo, presidente da JF de Carregosa 

 

“Não houve qualquer contacto. Só fomos informados na altura que implementaram a nova rede Unir, via email. Deveríamos ter sido ouvidos. Quem melhor de que um presidente da junta para falar sobre as necessidades da freguesia? Se a ideia é afastar Macieira de Sarnes ainda mais de OAZ, continuem com este tipo de estratégias, que é assim que vão conseguir. A verdade é que os macieirenses dirigem-se a SJM mais depressa do que OAZ. E este tipo de medidas não abona nada a favor.” 


Florbela Silva, presidente da JF de Mac. de Sarnes

 

“Não houve contacto concreto no sentido de pedir sugestões. Houve informação que foi sendo passada do que andava a ser planeado, as vantagens da nova rede, mas na altura não havia muita informação à forma como ia ser implementada. Espero que as coisas estabilizem um pouco mais para percebermos realmente se serve ou não serve.”


Gaspar Almeida, presidente da UF de Nog. do Cravo e Pindelo

 

“Não houve abordagem antes para tentar perceber que rotas podiam ser implementadas. Só fui informado. No início houve algumas reclamações, de escolas, mas, entretanto, deixou de haver.”


José Queirós, presidente da JF de Loureiro

 

“Ossela deve ser das freguesias mais prejudicadas. Não houve contacto nenhum no início, para ver horários, ou para o que fosse. A única coisa que sei, foi o que vi na televisão, do presidente da AMP, que garantiu a todos que os horários se iam manter e se possível até aumentar. O que é certo é que em Ossela não se manteve e até foi prejudicada. Tenho conhecimento de alguns pais de crianças que tem chegado a pé aqui a Ossela. A professora Anabela já me ligou a perguntar como ia ser com as faltas dos alunos, que já não há maneira de justificar faltas.” 
 

José Santos, presidente da JF de Ossela
 

“Não fomos ouvidos. Se gostaríamos de ser ouvidos? Sim, não se perdia nada. A nossa opinião serviria para implementar um melhor sistema? Não sei, porque aquilo que íamos dizer é que gostaríamos, como dissemos no início deste mandato, de ter uma maior e melhor ligação entre as freguesias e a cidade. E o senhor presidente da CM disse-nos na altura que estariam a preparar um concurso a nível da AMP e que nessa altura seria procurado satisfazer essas necessidades.”


Manuel Alberto, presidente da UF de O. de Azeméis, Sant. de Riba-Ul, Ul, Mac. Seixa e Madail

 

“A única situação em que fomos contactados foi no início do mandato do PS, onde fomos questionados onde podiam fazer paragens de autocarros, por causa da AMP. Mas a nível de horários e rotas nunca fomos contactados. As pessoas não estão satisfeitas com o serviço que tem sido prestado. Vêm perguntar horários, nós não sabemos horários. A própria CM também tem dificuldades em saber quais são.” 


Simão Godinho, presidente da JF de Cucujães

 

“Não foi feita nenhuma abordagem em específico para as rotas que passam na nossa freguesia porque as que passam correspondem. A única coisa que era uma pretensão nossa e já falamos há muito, é a TUAZ em vez de ficar no polo universitário, vir a S.Roque, que era uma mais valia. Foi a única, mas não foi no âmbito desta alteração para a UNIR.” 
 

Vitor Andrade, presidente da JF de S.Roque

 

“Numa fase inicial foi feito tudo por eles. Certamente avaliaram todas as situações conhecendo eles as rotas existentes. Mas no desenvolver do processo, que ainda é embrionário porque não está a funcionar na sua plenitude, e consoante as falhas que existiram, fomos recebendo contactos no sentido de perceber as necessidades ou falhas que existem na freguesia, para nós podermos comunicar à CM, e algumas situações já foram resolvidas.”


Óscar Teixeira, presidente da JF de Fajões

 

“A Câmara Municipal não questionou a JF sobre esse tema. Fazia todo o sentido ter sido um processo mais participado. De momento não temos recebido queixas, mas sabemos, pelo contacto que temos com a população que a situação não é a ideal. Neste momento ainda não se sente melhorias decorrentes deste processo de centralização dos transportes públicos na AMP.”


Susana Mortágua, presidente da UF de P. da Bemposta, Palmaz e Travanca
 

As queixas da população
A nova rede de transportes Unir, desde o início que tem sido uma dor de cabeça para a população oliveirense, sendo várias as queixas dos utilizadores que todos os dias precisam desse meio de transporte. O Correio de Azeméis falou com algumas mães de crianças que têm sido afetadas, com as reclamações a irem desde falta de informação, a horários que não se enquadram nos horários escolares.
 
Filha deprimida
“Apanhar autocarros para a Ferreira de Castro é um caos. A minha filha apanha o autocarro na Alumieira, que antes era às 7h35, agora passou para as 7h46, e deixa na paragem ao pé da Segurança Social. Já chega mais tarde do que o costume e a maior parte das vezes não consegue apanhar o autocarro que vai para a Ferreira, que tem de ir apanhá-lo ao Rainha. Não se sabe as paragens, não há horários, as crianças andam aos papéis. Não há paragens com este tempo de chuva. Isto mudou para pior, nunca vi tal coisa. Deviam de fazer paragens, pôr mapas do trajeto e com os horários. Não sabemos de nada. Mandamos emails para a CM e eles não respondem. Fui à CM e não sabem de nada, dizem que estão à espera dos horários. Isto assim não está bem. Desde que estes autocarros começaram que a minha filha anda meia deprimida, entra em stress de ir para a escola, porque não sabe o que fazer.” 


Cristina Coimbra, Loureiro

Abaixo assinado com 100 assinaturas
“Na altura quando o abaixo-assinado foi feito estava tudo muito incerto. Primeiro porque nós utentes não fomos sequer alertados que isso ia acontecer. No dia 02 de dezembro, reparamos que não veio autocarro e levei a minha filha à escola, porque pensei que tinha havido um atraso. Depois na escola ela acabou por saber que deixou de ser a Transdev para ser a Unir e que tinham alterado tudo. Ela tinha um autocarro às 7h40 e passou para as 8h. Isto faz com que cheguem sempre às aulas com atraso de 5 min. O maior problema é no regresso para S.Martinho da Gândara. Isto porque quando havia tardes livres havia um autocarro perto das 14h que agora não existe. O que está a acontecer agora é que, depois de um colega se ter apercebido que passava um autocarro às 13h10, sendo que eles saem às 13h15, falei com a diretora de turma e eles estão a deixar sair a minha filha e outro aluno de S.Martinho da Gândara, 10 minutos mais cedo, para a minha filha não estar a almoçar às 15h30. Se fico satisfeita com isto? Não, porque quem está a perder é a minha filha. Como mãe não consigo suportar a ideia de estar no trabalho e estar sempre a pensar se a minha filha tem ou não autocarro.”

 
Cristina Lopes, S. Martinho da Gândara

Sair do trabalho para ir levar os filhos
“As crianças que saem às 13h30, porque não têm aula à tarde, elas têm de esperar até às 17h para vir para casa. Porque elas até podiam ir a pé (até Nogueira do Cravo), mas será que os pais ficariam descansados tendo em conta o que se tem passado ultimamente? Sei de pais que saem dos seus trabalhos para conseguir levar as crianças, que é o que me acontece, que saio às 13h30 de Oliveira para ir buscá-los (Escola de S.Roque) e levar a casa (N.Cravo), por falta de autocarros. Duas viagens a mais por dia por causa desta situação. Já foi exposto à câmara, mas sem nenhuma solução. Era suposto renovar o passe do meu filho mais velho, mas não fui, porque não sei que tipo de situação vai ficar. Sempre que vou apanhar os meus filhos tenho de trazer algum menino ou até mesmo as professoras estão-se a sujeitar a levar as crianças a casa.” 


Vanessa Oliveira, Nogueira do Cravo

Ossela prejudicada
“Quando era a Transdev os horários eram certinhos, nunca falhavam, com vários autocarros para Ossela. Agora não temos nada. Os que nós temos agora quando lhes apetece vir de manhã, vêm, quando não apetece ficam as crianças na paragem. Temo-nos juntado, os pais, e vamos à vez buscá-los. O que pedimos é pelo menos o que já havia antes. Isto é uma vergonha.” 


Paula Coimbra, Ossela 
 

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