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Correio de Azeméis

15 Aug 2024

Linha do Vale do Vouga: “Presidentes da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria não vão aceitar que digam que não existe dinheiro para esta requalificação”

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REQUALIFICAÇÃO DA LINHA DO VALE DO VOUGA

Joaquim Jorge, presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, não esconde a sua preocupação relativamente à requalificação da Linha do Vale do Vouga. Na reunião do executivo municipal de 01 de agosto, o autarca deu conta de uma reunião que teve com o ministro das Infraestruturas e  vincou que [os presidentes da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria] “não vão aceitar que digam que não existe dinheiro para esta requalificação”.

O presidente da autarquia oliveirense aproveitou uma questão lançada pelo vereador José Campos sobre a utilização do ‘Andante’ na Linha do Vale do Vouga para dar algumas notas sobre uma reunião que juntou o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e os presidentes da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria. Joaquim Jorge assinalou que não poderia revelar muitos detalhes “porque nos pediram para não revelar o teor desta reunião”, mas desabafou que “não nos parece que existam condições, neste momento, para promover esta requalificação". O edil lembrou que a Linha do Vale do Vouga serve perto de 300 mil pessoas e comparou o investimento necessário para a sua requalificação com os “investimentos colossais” que estão a ser feitos nas linhas de metro do Porto e Lisboa. Para Joaquim Jorge “o investimento de 45 milhões que está a ser levado a cabo não resolve rigorosamente nada do problema que temos”.


“Este investimento não resolve rigorosamente nada do problema que nós temos”

“Tivemos uma reunião com o ministro das Infraestruturas, os presidentes da Associação de Municípios de Terras de Santa Maria, e foi uma reunião onde tentamos perceber qual era a posição da tutela em relação a esta matéria. Procuramos perceber se havia a possibilidade de estabelecer algum compromisso, ou alguma data para a requalificação da Linha do Vale do Vouga no troço Oliveira de Azeméis-Espinho ou Aveiro-Espinho, para nós é absolutamente indiferente, queremos é que a requalificação se faça. Tivemos oportunidade de falar sobre este investimento de 45 milhões de euros que está a ser levado a cabo, mas o que é um facto é que este investimento não resolve rigorosamente nada do problema que nós temos. O problema que nós temos é um problema de frequência, de desadequação de  dos locais de recolha e descarga de passageiros, apeadeiros e estações, é um problema de tempo, de duração de percurso e um conjunto de situações que têm de ser observadas”.

Um problema com décadas

“Eu não vou revelar o teor da reunião porque foi-nos pedido que não o revelasse, mas olho com alguma preocupação para a questão da Linha do Vale do Vouga, é apenas isso que tenho para dizer. Portanto, os presidentes da Associação de Municípios de Terras de Santa Maria vão continuar a fazer o seu trabalho, vão continuar a exigir uma resposta de mobilidade para esta zona do território da Área Metropolitana do Porto. Não vão aceitar, até porque este não é um problema de um passado recente, é um problema com décadas, que digam que não existem recursos financeiros para promover esta requalificação até porque estrategicamente a ferrovia é importantíssima para a Comissão Europeia, é importantíssima para a Europa, é importantíssima para o país. Todos nós percebemos que um dos problemas que nós temos neste momento ao nível de soluções de mobilidade no território nacional é a falta de investimento histórico na ferrovia”. 

300 mil pessoas sem alternativa ao transporte individual

“Temos aqui uma zona com cerca de 300 mil pessoas que precisam de resposta de mobilidade, uma resposta alternativa ao transporte individual. No nosso plano de mobilidade urbana sustentável nós temos um indicador, mas se fossemos a ver o  de Santa Maria da Feira, de São João da Madeira ou de Vale de Cambra as informações são muito semelhantes, de que somos um dos concelhos do país em que mais utilizamos a viatura para nos deslocarmos, mesmo em pequenos percursos , percursos inferiores a cinco quilómetros e de duração inferior a 15 minutos porque não há respostas ao nível de transportes públicos”.

“Não nos parece que exista neste momento condições para promover a sua requalificação”

“Vamos continuar a trabalhar para que a Linha do Vale do Vouga seja requalificada e vamos desenvolver tudo o que esteja ao nosso alcance para influenciar a tutela sobre a necessidade da sua requalificação até porque como sabem estão a ser realizados investimentos substanciais em novas expansões da linha do metro. Neste momento estão a ser feito investimentos colossais nas linhas de metro do Porto e de Lisboa, mas estão a ser estudados mais investimentos para estas linhas, são investimentos que superam várias vezes o investimento que é necessário fazer aqui para a Linha do Vale do Vouga e porventura servindo um universo de pessoas muito semelhante ou em alguns casos inferior a estas 300 mil pessoas que eu referi. Quero dar nota da nossa preocupação em relação ao facto de não termos nenhum horizonte temporal definido, mesmo para uma obra que estava no Plano Nacional Ferroviário, que estava no Plano Nacional de Investimentos Prioritários, que foi identificada como uma necessidade de mobilidade crítica para esta região. Não nos parece que exista neste momento condições para promover a sua requalificação”. 

Joaquim Jorge, presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis

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