13 Apr 2021

“Há um problema de descarrilamentos no troço central, não há serviço de passageiros e o comboio circula à velocidade máxima de 10 quilómetros por hora”, referiu o membro do Movimento Cívico pela Linha do Vouga, Bruno Soares, numa das reuniões com um dos partidos concelhios. Movimento reuniu-se com o Bloco de Esquerda, com o Partido Social Democrata e com o Partido Socialista
Recentemente, alguns membros do Movimento da Linha do Vale do Vouga reuniram-se com três partidos em Oliveira de Azeméis com o intuito de “fazer pressão sobre a política local” para verem a linha integralmente requalificada, desde Aveiro a Espinho. Assim, “a nossa mensagem chegará mais longe”, consideraram.
Ana Soares
Depois de reunido com o presidente da Comissão Política Concelhia do PS, Bruno Aragão, o fundador do Movimento Cívico da Linha do Vouga, Aníbal Bastos, admitiu ter “uma ideia errada da ideologia política do PS”. Apesar de não verem obra, “o plano está lá”, afirmou o fundador. Outro elemento do movimento, Bruno Soares, adiantou que está prevista uma obra de requalificação “entre Oliveira de Azeméis e a Feira”, mas consideram prioritário o troço central, tendo em conta os descarrilamentos verificados e o facto de não haver viagem com passageiros. Outro dos membros, Mário Pereira, avançou que acreditam “no potencial da linha”, sendo que “pode servir muito mais gente” dado a sua importância e a área abrangente no distrito.
O Bloco de Esquerda (BE) concordou com a posição do movimento quanto à requalificação integral da linha. “Sabemos que ao longo dos tempos não tem sido uma posição consensual”, disse o representante do partido, Moisés Ferreira, mencionando a posição do governo e de vários partidos para que se fizesse a intervenção somente de Espinho a Sever do Vouga. “Um erro absoluto”, constatou Moisés Ferreira, uma vez que considera ser “desperdício de uma infraestrutura que já existe e que serve quase meio milhão de habitantes”.
João Rebelo Martins, vice-presidente da concelhia do PSD, não tem dúvidas: “A Linha do Vouga é estratégica para Oliveira de Azeméis e para toda esta região”. A posição do partido é de que deveria “ser criada uma comissão de acompanhamento da requalificação da Linha do Vouga para clarificação de uma série de pormenores, que só é possível envolvendo todas as autarquias que estão na Linha do Vouga”, explicou. O representante social-democrata afirmou a criação de horários compatíveis para que estudantes e trabalhadores possam usufruir da linha, quando esta for renovada.
Na reunião com o Movimento Cívico pela Linha do Vouga, o presidente da Comissão Política Concelhia do PS, Bruno Aragão, reconheceu que “o que faltou na linha sempre foram planos e compromissos de investimento”. Ainda que já exista um plano delineado para uma requalificação integral, o deputado esclareceu que ainda permanece no papel. “Há uma parte que vai avançar já, para efeito de manutenção e segurança”, anunciou, indicando que os respetivos concursos já foram lançados.