Luz e Arquitectura (1)

Gomes Fernandes * - A Arquitectura gera formas úteis ao Homem e que lhe enriquecem o espírito no modo da sua vivência, pelo uso e desfrute estético; - Provinda do Oriente e fonte de toda a vida humana, a luz é símbolo de Natureza e motor de todas as suas transformações; - Onde há espaços e necessidades que apelam à transformação, o génio criativo intervém pelo Desenho e operativo pela Técnica, gerando ou transformando formas que melhoram a vida individual e coletiva do homem, ampliam e modernizam a urbe e enriquecem a função e os efeitos da luz; - A múltipla funcionalidade das cidades, da Casa ao Trabalho e aos meios de mobilidade entre estas funções vitais, incorpora equipamentos lúdicos de ensino e diversão, de mais interioridade espiritual ou de satisfação de necessidades materiais de consumo, que implicam desenho de espaços com mais conforto e melhores critérios de iluminação, maior grau de modernidade; - A luz natural, neste processo evolutivo da cidade, constitui um desafio ao Arquitecto e uma oportunidade de mostrar o seu saber e sensibilidade no modo de a aproveitar e tratar, de lhe respeitar a origem divina; - O exemplo do “standard tipo” de habitação novecentista do Porto, lote estreito e profundo (6/8m de frente x 18/20 de fundo) gerou as conhecidas clarabóias centrais (sobre as cx de escadas), que fazem a sua beleza e utilidade luminária e ainda hoje inspiram uma geração de arquitectos atentos que as utilizam nas suas concepções. * arquiteto, natural de Pindelo