Freguesias Macinhata da Seixa Concelho
Manuel Alberto, presidente da união de freguesias, acredita que esta progressão das redes de água e saneamento em toda a união “é, sem dúvida alguma, uma mais-valia, pois possuem as melhores condições para que uma boa parte da malha urbana se possa vir a estender paulatinamente para as suas ‘franjas’”
>Macinhata da Seixa tem 64% de rede de água e 73% de saneamento
Depois de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul e Madail, por fim, analisamos a última freguesia da UF de OAZ, Macinhata da Seixa, sobre as redes de água e saneamento. O Correio de Azeméis falou, mais uma vez, com o presidente da união de freguesias, Manuel Alberto, que ressalvou a importância destas estruturas estarem todas concluídas na união para o crescimento da malha urbana da cidade de Oliveira de Azeméis.
Foi uma das freguesias que mais recentemente recebeu estas infraestruturas, como tem sido a evolução da adesão por parte da população? Sente que foi bem recebido por parte de todos?
À semelhança do que tem vindo a acontecer um pouco por todo o concelho onde estas redes têm vindo a ser executadas, a sua instalação nesta freguesia é fundamental, apesar dos constrangimentos que todos sentem quando se esventram vias. Quanto à adesão aos serviços, em Macinhata da Seixa o panorama é igual ao das demais freguesias, mas obviamente esperamos que a taxa de adesão aumente substancialmente, porque só assim faz sentido o enorme investimento feito.
Na verdade, as obras de adaptação nas habitações que por vezes são necessárias fazer, o seu custo e a escassez e da mão de obra para a sua realização, são alguns dos fatores que justificam a baixa taxa de adesão. Por outro lado, há casos em que a dificuldade em decidir ou não pela ligação, reside sobretudo nos custos das taxas que os utilizadores terão de suportar para usufruir destes serviços.
Com efeito, apesar dos incomensuráveis benefícios que resultam da utilização destas redes, tanto a nível da saúde humana como do meio ambiente, cremos que esta batalha só será ‘ganha’ através da articulação de diferentes estratégias, como por exemplo de uma ‘massiva’ campanha de sensibilização dirigida a toda a população do concelho e, simultaneamente, a aplicação de incentivos pela INDAQUA (entidade exploradora) que sejam capazes de potenciar a consciencialização quanto à importância dos benefícios que resultarão da utilização dos seus serviços.
Isto é, chegaremos a um ponto em que a população oliveirense perceberá que só com uma mobilização coletiva e um esforço financeiro repartido por todos quantos usam estas redes, será possível rentabilizar ao máximo os enormes investimentos feitos pela câmara municipal nestes últimos anos, e seguramente num próximo futuro, para se concluir a cobertura em todo o concelho. Para além disso, importa salientar que os custos diretos atualmente suportados pelos utentes destes serviços poderiam ser diminuídos, caso houvesse maior número de famílias oliveirenses a usarem estes imprescindíveis serviços em pleno século XXI.
Após a União de Freguesias estar totalmente coberta por estas infraestruturas básicas, de que forma pensa que será o futuro?
Sendo certo que a conclusão das obras em curso levará estas infraestruturas a quase todos os pontos das nossas freguesias, a verdade é que Macinhata da Seixa ficará ainda com uma parte do seu território sem acesso à rede de água e saneamento, pois a sua infraestruturação está dependente de um prolongamento da rede de água que exige a construção de um depósito no Alto Monte, a fim de abastecer toda essa zona, assim como Gemieiro de Cima, sem a qual não poderá haver rede de saneamento.
No entanto, os projetos para a instalação destas redes já estão concluídos, pelo que o seu financiamento e futura execução levará a que esta freguesia acompanhe as restantes. Isto é, ultrapassado este problema, poderemos então reivindicar para todas as nossas freguesias mais e melhores investimentos na requalificação dos espaços públicos no sentido de os tornar ainda mais atraentes e amigáveis, pois só assim poderemos contribuir para que o nosso concelho possa competir com os vizinhos que há muito já ultrapassaram a fase em que ainda nos encontramos e, agora, estão a investir noutras prioridades que atraem e fixam mais pessoas.
Que contribuição podem dar estas freguesias, mais perto da cidade, para o crescimento da malha urbana da mesma?
A proximidade de todas as freguesias desta União à cidade é, sem dúvida alguma, uma mais-valia, pois possuem as melhores condições para que uma boa parte da malha urbana se possa vir a estender paulatinamente para as suas ‘franjas’. Porém, há também que ter em conta alguns problemas que é necessário resolver no que diz respeito ao ordenamento do território e às acessibilidades, fatores muito importantes para que este crescimento se possa fazer de forma sustentada e com a qualidade que se pretende para uma cidade moderna.
Já agora, no que diz respeito a Macinhata da Seixa, oferecendo uma excelente exposição solar e das mais belas paisagens do concelho, para além dos problemas referidos anteriormente, infelizmente padece de um outro que resulta do (mau) funcionamento de uma pocilga que todos os dias exala um cheiro nauseabundo que se espalha por toda a freguesia e áreas limítrofes, afastando importantes investimentos do seu território. No entanto, não iremos desistir, pois estamos certos que com um maior envolvimento da população, do Município e da nossa autarquia, também este problema poderá vir a ser resolvido.
O que é que se pode fazer para sensibilizar as pessoas para se ligarem à rede?
Apesar de não dispormos de dados concretos relativamente aos prejuízos ambientais e para a saúde humana que resultem do consumo de águas não tratadas e do nível de poluição provocado por descargas de águas residuais a céu aberto nos solos e linhas de água, julgamos que serão muito significativos. Por isso, quer a INDAQUA, quer o município e entidades responsáveis pela saúde local, muito para além de obrigarem a população a efetuar ligação das suas habitações às redes disponíveis, deveriam definir uma estratégia conjunta que, de uma forma clara, promovessem a divulgação sistemática de informação e formação da população no sentido de atacar este problema. Claro que as dificuldades económicas serão um óbice. Porém, não é só isso que determina a opção de não ligação, dado que há famílias que optam por exemplo por ter custos ligações à internet e televisão por cabo, mas “teimam” em não fazer ligações à rede…Portanto, há que promover mais campanhas de sensibilização e, eventualmente, apoiar casos famílias carenciadas na execução de algumas obras de adaptação para poderem efetuar as respetivas ligações às redes.
Fazendo a análise dos dados dos quadros abaixo é possível verificar que 64% dos alojamentos existentes na freguesia de Macinhata da Seixa possuem rede pública de abastecimento de água. Desses, 63% estão ligados, o que significa que existem, 147 habitações, que não utilizam o serviço, preferindo manter-se com soluções individuais. Quanto à rede de saneamento, verifica-se que 73% dos alojamentos existentes na freguesia de Macinhata da Seixa possuem rede pública de saneamento de águas residuais. Desses, 24% estão ligados, o que significa que existem 348 habitações que ainda não utilizam o serviço.
Abastecimento de Água
64% de cobertura 68% de adesão
128 habitações com serviço disponível, ainda não ligado à rede.
Saneamento de Águas Residuais
78% de cobertura
45% de adesão
266 habitações com serviço disponível, ainda não ligado à rede.