Mercado provisório divide opiniões

Ainda assim, apesar de, para alguns, o negócio seguir de vento em popa e de não notarem muita diferença na afluência de clientes ao mercado provisório, o cenário não é o mesmo para todos os comerciantes. Ao que Azeméis TV conseguiu apurar, há feirantes a quem o volume de vendas baixou radicalmente com a mudança de localização.
Para Amália Correia, vendedora de produtos de charcutaria e laticínios, os dias no mercado têm corrido “muito mal”. “Passo a vida sentada a fazer crochê”, afirmou. Amália Correia concorda com o facto de estar “mais bem instalada”, mas refere que não é isso que lhe “traz clientela”. “No início, as pessoas ainda vinham porque era novidade, mas agora já não”, concluiu a comerciante oliveirense.
A maior dificuldade parece ser para os mais idosos que, mesmo com a existência do autocarro, deixaram de ir ao mercado com a mesma frequência devido à distância do centro da cidade. Armando Costa, vendedor de mel, garante que já notou a “falta de muitos dos seus clientes mais velhos”.

“Noto que este mercado tem melhores condições do que lá em cima, tem mais espaço, é mais aberto e as pessoas sentem-se mais à vontade (…) É de dar os parabéns à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis porque nos deu muito boas condições para trabalharmos (…) Penso que tem mais gente porque as pessoas já não têm dificuldade em estacionar”.
Sílvio, vendedor têxtil

“As pessoas mais idosas deslocavam-se dos seus apartamentos e iam ao mercado, mas para vir aqui não vêm, nem a pé, nem no autocarro porque não conseguem subir os degraus. A melhor coisa que tem aqui é o estacionamento e espaço que dispõe (…) De vendas está péssimo”.
Manuel António, vendedor de frutas e legumes

“Foi mesmo muito bom mudar para aqui, porque possibilitou-nos o aumento de vendas para três vezes mais. Não tenho vontade de voltar para o mercado lá em cima, aqui temos comodidade e conforto (…) Sei que esta localização tem custo elevado, mas é fora de série (…) No entanto, já notei a falta de alguns clientes idosos que tinha com muita frequência”.
Armando Costa, vendedor de mel 

“As pessoas aqui concentram-se mais, é tudo amplo, os produtos estão todos no mesmo piso (…) a diferença está só na distância ao centro da cidade, mais nada. Já me apercebi de clientes novos aqui que nunca tinham ido ao mercado antigo. Sinto que vendo aqui mais umas coisitas porque as pessoas vêm com curiosidade. Preferia ficar aqui do que voltar para o centro”. 
António Fonseca,  vendedor de utensílios de cozinha