9 Sep 2024
> António Magalhães
Todos sabemos que a indústria do futebol é um mundo à parte. Um mundo cheio de segredos. O dinheiro circula em segredos sucessivos, de mão em mão. Fugidio como os alfaiates corriam ao nosso lado nas águas cristalinas da desaparecida lagoa da Salgueirinha, no Rio Ul, hoje infectada de todos os lixos e cheiros… e com o assassinato impune da beleza de uma ponte com muitos, muitos anos. É o custo daquilo a que todos chamamos progresso…
Sucedem-se as notícias de ordenados fabulosos, de transferências milionárias, de ultra secretas comissões… e não menos criminosos circuitos de bilhetes avidamente disputados. Oxalá a Justiça algum dia consegue fazer justiça.
Encerrou há dias o EURO 2024. Todos nos consolámos, os que gostam e os que podem, como eu – graças ao privilégio da idade! – de assistir a partidas empolgantes, em relvados que disseram modestos, a dezenas de partidas de futebol em que empenharam até ao limite físico os mais celebrados craques. Esforço compreensível, já que a cotação varia proporcionalmente ao empenho demonstrado.
Tudo bem, o EURO 2024 chegou ao fim com o justíssimo triunfo dos nossos vizinhos, como a crítica se manifestou unanimemente, e onde foi revelação o adolescente Lamine Yamal, que completou os dezassete anos no decurso da prova.
Portugal, país de craques a disputar os mais exigentes campeonatos europeus, e que alguns profetizaram campeão, foi perto. Conformados, disseram alguns responsáveis, no final, que o futebol é assim…
De todos os muitos comentários que li, há um que retive, e a origem da informação penso garantir a verdade: Dom Luís de la Fuente, que há seis anos dirige a equipa das terras de El. Rei Dom Felipe VI, tem de ordenado um terço dos ganhos do nosso Ricardo Martinez.
É assim mesmo. Pobretes mas alegretes, como dizia o nosso povo.
Em 2028 há mais. Tenhamos fé.
António Magalhães
(Escrito de acordo com a anterior ortografia)