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Correio de Azeméis

12 Sep 2023

No centenário do Professor Ferreira da Silva

António Magalhães

António Magalhães

A ocorrência em período de férias terá impossibilitado a população da Vila de Couto de Cucujães de recordar o centenário, ocorrido a 23 de Agosto, da morte de um dos seus mais ilustres filhos, que ali repousa à sombra do secular mosteiro, onde, numa antiga cela de frades, veio à luz em 28 de Julho de 1853.

Joaquim António de Aguiar, político e maçom, assumira a pasta de Ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça durante a regência de D. Pedro IV, nos Açores. Inimigo feroz da Igreja, publicou a célebre lei de 30 de Maio de 1834, pela qual declarou extintos “todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e quaisquer outras casas de ordens religiosas regulares, incorporando todos os seus haveres na Fazenda Nacional”. Esta cólera anticlerical valeu-lhe a alcunha de “Mata-Frades”, com que ficou na história. 
O mosteiro passou, então, à posse do Estado, e aí se manteve até 1837, momento em que foi vendido a Francisco Joaquim Maia, comerciante do Porto, que, por sua vez, o vendeu a Joaquim António Ferreira da Silva e sua mulher Júlia Flávia de Moura, tios do eminente cucujanense, o químico António Joaquim Ferreira da Silva. Razão, muito sintética, do seu nascimento numa cela do secular mosteiro, então pomposamente chamado Quinta da Boavista.  
A vida do Professor António Joaquim Ferreira da Silva não cabe, naturalmente, neste breve bosquejo. Após ter vencido a resistência familiar, que o desejava na carreira eclesiástica, optou pelo estudo da ciência, onde o esperava uma carreira fulgurante, que o levou à cátedra na antiga Escola Politécnica, depois na Universidade do Porto, após recusar Coimbra; foi o primeiro Presidente da Sociedade de Química, granjeando rapidamente prestígio internacional. 
Um ano após a morte, os conterrâneos ergueram-lhe um busto junto ao convento onde nasceu; muito posteriormente, quiseram-no patrono da actual Escola Secundária Prof. Dr. Ferreira da Silva, auspicioso luzeiro de quantos ali ensinam e se formam para vida.
(Escrito de acordo com a anterior ortografia)

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