25 Mar 2025
Entrevistas - ADN Oliveirense com Helena Terra Concelho
Apesar dos atrasos no projeto de execução, Henrique Pereira diz estar convencido de que nas bodas de prata da ESSNorteCVP, a escola já terá uma nova residência de estudantes.
> Henrique Pereira foi o convidado do 'ADN Oliveirense'
Henrique Pereira, diretor da Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa, foi o convidado do programa ‘ADN Oliveirense’, com Helena Terra.
Natural de Bragança, Henrique Pereira é presidente do Conselho de Direção da Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis (ESSNorteCVP), desde novembro de 2001. É formado em Enfermagem e deu início à sua vida profissional, em 1982, no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto. O diretor anunciou que a ESSNorteCVP pretende criar o primeiro doutoramento em Ciências de Enfermagem lecionado por uma instituição privada de ensino superior, a nível nacional. Henrique Pereira informou também que a futura residência estudantil da escola alargou o número de camas de 37 para 52.
AS ORIGENS. “A minha história é a de uma pessoa que vem de uma família muito simples, em Bragança, no Nordeste do nosso país, uma terra muito bonita que adoro, mas com poucas possibilidades. Enquanto aluno, fiz o meu percurso como trabalhador-estudante, a minha vida tem sido sempre muito ligada ao trabalho. Fiz o curso de Enfermagem e fui, em dezembro de 1982, para o Porto. Terminei o curso a 17 de dezembro e comecei a trabalhar no dia 27 do mesmo mês.”
PRIMEIRO DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DE ENFERMAGEM NUMA INSTITUIÇÃO PRIVADA. “Estamos a criar um doutoramento em Ciências de Enfermagem, num consórcio de quatro instituições e as reuniões têm sido feitas rotativamente. Estamos também num consórcio local, com uma instituição de ensino superior próxima, para criarmos um mestrado na área da Gestão. O doutoramento vai para a Agência de Acreditação e Avaliação de Ensino Superior, em março, e seria o primeiro doutoramento [nesta área] de instituições de ensino superior privadas, a nível nacional.”
NOVAS RESIDÊNCIAS PARA ESTUDANTES. “Há muitos anos que, com a ajuda de todos os Executivos, procuramos uma solução de uma residência. Há poucos anos tivemos a possibilidade de comprar o edifício que temos neste momento, fizemos uma candidatura ao PRR e conseguimo-la. Nesta fase, estamos com muita dificuldade em conseguir cumprir os tempos do projeto de execução. Vamos muito em breve lançar novo concurso, porque reformulámos o projeto: percebemos que, passado dois anos, todo o circuito e todos os pressupostos que rechearam o projeto económico e financeiro se tinham alterado. Portanto, alterámos também o projeto: passámos de 37 camas para 52. É esta a razão major pela qual a execução ainda não arrancou. Mas, mesmo com este atraso, estou convencido de que nas bodas de prata teremos uma nova residência de estudantes.”
PARCERIAS COM A COMUNIDADE. “Eu digo a ‘nossa’ escola e acho que todos os oliveirenses deveriam dizer o mesmo, porque [a ESSNorteCVP] é da terra e é uma escola muito aberta à comunidade. Primamos por que as nossas relações com as diferentes instituições sejam saudáveis e se tornem cada vez mais consistentes e duradouras.”
FORMAR PROFISSIONAIS DE SAÚDE. “É uma grande responsabilidade formar profissionais de saúde. Se nos focamos [apenas] no ensino técnico, mas não alavancamos as competências transversais, é muito complicado chegar ao desenvolvimento de relações interpessoais: com o doente, com a família, com os colegas e com a equipa profissional. Os processos de comunicação, da ética e do respeito pela dignidade são aspetos que trabalhamos muito. Antes de serem bons técnicos, os profissionais de saúde têm de ser bons humanistas. Têm de ter relações fortes com as pessoas e ter uma ética e princípios fortes. Se isso estiver lá, a parte técnica vem depois, com mais ou menos custo.”
O curso doutoral em Ciências de Enfermagem vai ser enviado à Agência de Acreditação e Avaliação de Ensino Superior, em março, para aprovação.