14 Oct 2025
Amaro Simões, do PS, voltará a ser presidente da Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis que terá uma maior representatividade do CHEGA
AUTÁRQUICAS 2025 OLIVEIRA DE AZEMÉIS> PS com mais ‘cruzes’ mas perde representatividade no deliberativo
O Partido Socialista (PS)conquistou uma vitória apertada na disputa pelos 27 lugares da Assembleia Municipal de Azeméis, com 13 assentos conquistados contra 11 assegurados pela AD (PSD-CDS). Com as contas dos eleitos por inerência, os socialistas mantêm, no entanto, uma maioria confortável.
A novidade é o CHEGA, qua agora passa a ter três vozes no deliberativo municipal e avança como a terceira força mais votada no concelho, registando desempenhos consistentes em várias freguesias.
Ainda assim os socialistas têm maioria confortável no deliberativo, tendo em conta os lugares de deputados por inerência: os eleitos para presidentes de junta de freguesia. O PS elegeu 9, a AD três (Loureiro, Nogueira do Cravo e Cucujães) e há um lugar que cabe a Ângelo Silva, dos Independentes por Cesar.
Em termos de votação, o PS somou 42,98% (15.718 votos); a AD 35,53% (12.993 votos); o CHEGA 11,20% (4.095 votos); a IL 2,73% (1.000 votos); o LiVRE 1,85% (678 votos); a CDU 1,17% (428 votos); o BE 1,01% (368 votos). Foram registados 2,27% de brancos (829 votos) e 1,27% de nulos (464 votos).
Comparando a 2021, há uma perda significativa de votos por parte do PS (conquistara 16.433) e uma mais ligeira da AD (11.441) mas, de novo, não havia Iniciativa Liberal nem Livre, além de que o CHEGA ampliou e muito a sua contabilidade (de 1.148)
Eleitos PS:
Bernardo Amaro Moreira Simões; Bruno Armando Aragão Henriques; Ana Susana Pinto da Fonseca; Jorge Manuel Moreira Gonçalves; Vasco Silva Correia Alves; Márcia Oliveira Gomes; José António Domingues Marques; Lourenço Manuel José Tavares Soares; Ana Catarina Oliveira Gonçalves; Bruno Miguel da Silva Costa; Daniela Patrícia Oliveira da Silva; João Pedro Santos Costa; Miguel Marques Pereira.
Eleitos AD (PSD/CDS):
Helga Alexandra Freire Correia; Francisco José Gomes da Silva; Florbela Neves da Silva; Ana Miguel Pedro Soares; Fernando Manuel Gomes Pais Ferreira; Adélia Neves Teorgas; Bruno Moreira Rodrigues; Nuno Ricardo Fernandes Pires; Francisca Pinho Loureiro; João Rebelo Martins; José Rodrigues dos Santos.
Eleitos CHEGA:
Ema Caetano de Azevedo; Pedro Miguel Henriques Soares Cravo; Marcos Dinis Faria Abreu e Sousa.
Eleitos por inerência (presidentes de Junta):
Ângelo Silva (Cesar - Independentes por Cesar); Fátima Ferreira (União de Freguesias Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madail - PS); Raquel Sousa (Ossela - PS); Manuel Rebelo (Nogueira do Cravo - AD PSD/CDS); Manuel Albino (Pindelo - PS); Fernando Lopes (São Martinho da Gândara - PS); Elisabete Barnabé (Cucujães - AD - PSD/CDS); Rogério Ribeiro (União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz - PS); Filipe Marques (Macieira de Sarnes - PS); José Queirós (Loureiro - AD PSD/CDS); Vítor Andrade (S. Roque - PS); Constança Melo (Carregosa - PS); Óscar Teixeira (Fajões - PS)
> Amaro Simões (PS)
“Manter um diálogo construtivo”
Amaro Simões, cabeça de lista à Assembleia Municipal, celebrou a vitória socialista naquele órgão, agradecendo “a todos os que acreditaram no projeto do PS e no trabalho de continuidade iniciado em 2021”. O candidato sublinhou que a nova maioria é “um sinal de estabilidade política e de confiança dos cidadãos”, reforçando que o objetivo passa por “manter um diálogo construtivo com todas as forças políticas representadas”.
Durante a noite, entre discursos e cumprimentos, os militantes socialistas partilharam abraços e cânticos de vitória. Apesar do ambiente festivo, Joaquim Jorge insistiu na ideia de que “esta não é uma vitória pessoal, mas sim de uma equipa que trabalhou com seriedade e dedicação”.
> Helga Correia, DA AD (PSD-CDS)
“Vamos ter uma oposição forte, firme e responsável”
Helga Correia, cabeça de lista à Assembleia Municipal, que reforçou a intenção de o PSD/CDS exercer uma oposição firme e responsável.
“Nós vamos ter uma posição forte”, garantiu, salientando que a coligação quer “dignificar o papel da Assembleia Municipal” e assegurar um verdadeiro escrutínio à ação do executivo socialista. “A Assembleia Municipal não pode ser apenas um órgão que aprova tudo o que vem da Câmara. É preciso reflexão, fiscalização e transparência”, afirmou.
“Mesmo sem ganhar, saímos destas eleições mais fortes. O PSD e o CDS estarão na Assembleia Municipal com uma postura atenta e exigente, para garantir que as políticas públicas são feitas para todos os oliveirenses.”
> Ema Azevedo, do CHEGA
“É sem dúvida uma vitória para nós”
Para o CHEGA, os resultados na assembleia municipal foram uma vitória, por considerarem que podem ser “o fiel da balança”.
Ema Azevedo, que encabeçou a lista candidata, destacou mesmo a importância de representar os cidadãos. “Os oliveirenses escolheram eleger quatro representantes municipais do CHEGA. É, sem dúvida, uma vitória para nós”, afirmou. A candidata garantiu que o partido “aprovará tudo o que for bom para Oliveira de Azeméis” e que “nunca será um bloqueio”. “O que queremos é o bem dos oliveirenses e de Oliveira de Azeméis”, reforçou.
Nélson Alves esperava um resultado melhor para a AM
Candidato à Assembleia Municipal, Nélson Alves, declarou que “obviamente, esperava um resultado melhor, em linha com o número de votos que a Iniciativa Liberal tinha alcançado nas Eleições Legislativas do passado dia 18 de maio.” Afirma que, apesar de terem expectativas “de conseguir pelo menos eleger-me a mim para a Assembleia Municipal” sabiam que era certo este resultado, pois “foi a nossa estreia e é certo que só temos um Núcleo ativo desde novembro de 2024. Sabemos o que era preciso ser feito e internamente vamos fazer um balanço”. Relembrou uma entrevista cedida à AzeméisTV, onde afirmou que “fosse qual fosse o resultado, o meu objetivo pessoal vai ser tornar este concelho, um concelho mais liberal para quando os meus filhos forem maiores de idade, puderem ter orgulho de dizer que são naturais de Oliveira de Azeméis.” Em relação a uma possível mudança na assembleia municipal, o candidato afirmou que “Os eleitores preferiram ter uma Assembleia Municipal que não vai fiscalizar nem vai debater as propostas do executivo, vai deixar passar tudo sem oposição e até com votos por unanimidade. Não gosto, mas respeito. Em novembro, espero que os eleitores estejam atentos às propostas dos partidos: até aposto que nenhum deles vai propor nenhuma baixa de impostos!”
“Sempre que baixa o número de abstenções fico feliz, porque é sinal de que há mobilização por algum projeto ou pessoa. Gostaria de referir o grande número de votos em branco ou nulos: quem opta por votar assim, diz que são todos iguais. Mas ao votar branco ou nulo, só estão a ajudar os mesmos do costume a fazerem tudo o que querem, sem oposição nem alternativa credível. Vamos trabalhar durante os próximos quatro anos, para cativar os abstencionistas e convencer quem vota branco ou nulo, a fazerem parte da solução, e não do problema”, declarou Nelson Alves acerca dos números de abstenção.
Livre agradece apoio e promete continuidade em Oliveira de Azeméis
O Livre de Oliveira de Azeméis agradeceu aos eleitores que participaram nas eleições autárquicas, destacando a ligeira descida da abstenção, embora “ainda longe de refletir uma democracia saudável”. Em comunicado, o partido assinalou também o número expressivo de votos brancos e nulos como sinal de que “há cidadãos que querem participar, mas não se sentem representados”. Na sua primeira candidatura no concelho, o Livre apresentou uma lista liderada por Ricardo Praça da Costa e composta maioritariamente por independentes. Apesar de não ter conseguido representação na Assembleia Municipal, considera o resultado “uma base sólida para o futuro” e um sinal de confiança numa política “mais próxima, ecológica e humana”.
O partido felicitou o PS e Joaquim Jorge pela vitória, bem como a coligação PSD/CDS-PP pelo crescimento, e elogiou BE, CDU e IL pelo contributo ao debate democrático.
O Livre garante que continuará ativo no concelho, colaborando no debate político e preparando desde já o caminho para 2029, “com persistência, diálogo e esperança”.
CDU não elegeu nenhum candidato, mas promete continuar a lutar por mudanças
Apesar de não ter conseguido eleger representantes para a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, a Coligação Democrática Unitária (CDU) assegura que continuará ativa e empenhada em defender os interesses da população local. Em declarações à Azeméis TV/FM na noite eleitoral, Vítor Januário, candidato da coligação à autarquia, reconheceu que o resultado ficou aquém das expectativas, mas sublinhou que o partido mantém a sua convicção e o compromisso político de sempre.
“Resultado ficou aquém do desejado, mas a luta continua”
Questionado sobre a reação aos resultados, Vítor Januário afirmou que o objetivo da CDU era obter uma votação superior à registada, reconhecendo que “o resultado ficou aquém do desejado”. No entanto, o candidato destacou que este desfecho não a3ltera o compromisso político do partido nem a sua presença no concelho.
“O que nos preocupa é a inclinação à direita que se verificou, com o crescimento de um discurso mais extremo, que não vai ao encontro da valorização da comunidade nem da melhoria das condições de vida das pessoas”, afirmou.
Ana Isaura Costa, CDU
“Queria saudar a grande equipa da CDU, composta por mulheres e homens do PCP, partido ecologista os Verdes e Independentes que fizeram parte das nossas listas e participaram na campanha eleitoral, dando a conhecer e a esclarecer os Oliveirenses com as nossas propostas.
Vivemos tempos de Resistência, e ninguém nos pode tirar a excelente campanha conseguida com espírito de equipa e boa camaradagem onde desta vez conseguimos chegar a todas as freguesias.
Não nos deram mais votos, mas, atendendo ao momento político que vivemos com o aumento da direita incluindo partidos mais extremistas, podemos afirmar que resistimos, tendo conseguido subir em Cucujães, Carregosa e em Cesar passarmos de um para 2 eleitos na Assembleia de Freguesia.
E agora vamos à luta, continuar a fazer o que nos caracteriza: Intervir onde for necessário; continuaremos a ouvir a população e a levar os seus problemas à Assembleia Municipal como fizemos até agora.”
Sara F. Costa, candidata do BE à Câmara Municipal
“Os resultados não foram os que desejávamos, mas quero, antes de tudo, agradecer a todas as pessoas que confiaram no Bloco de Esquerda e nas propostas que apresentámos para Oliveira de Azeméis. Fizemos uma campanha com muito empenho, proximidade e convicção, sempre com a consciência de que a política local deve ser um espaço de diálogo, de ideias e de compromisso com o bem comum.
Mesmo sem o resultado pretendido, sentimos que a nossa mensagem chegou a muitas pessoas — e que há quem reconheça no Bloco um espaço de coerência, de trabalho e de esperança. Cada voto conta e representa uma voz que acredita que Oliveira de Azeméis pode ser um concelho mais solidário, mais ecológico e mais atento às necessidades de quem aqui vive e trabalha. O número reduzido de abstenções é um sinal encorajador: mostra que os cidadãos quiseram participar e fazer ouvir a sua opinião. Esse é sempre o maior valor da democracia. O Bloco continuará presente, atento e ativo. Não desistimos de propor, de questionar e de contribuir para um futuro mais justo e sustentável para o nosso território. Este resultado é também um ponto de partida — um momento para refletir, aprender e continuar a lutar pelas causas que nos movem.”
>CHEGA
“Foi o fim do bipartidarismo em Oliveira de Azeméis”
“O CHEGA conseguiu manter o 3.º lugar com aumento de eleitos em assembleias de freguesia e na assembleia municipal e, pela primeira vez na história, eleger um vereador para a Câmara Municipal. Foi o fim do bipartidarismo. O CHEGA está a crescer, tem vindo a crescer em Oliveira de Azeméis, o que também representa uma responsabilidade acrescida. O PS foi o vencedor, mas perdeu expressão, e a AD tem de pensar muito bem no que anda a fazer. É de assinalar também a queda da esquerda, que está em declínio total. Quanto à IL, estava convencido que iria ter um melhor resultado.”
Manuel Almeida, presidente da CPC do CHEGA
>IL
“Vamos continuar a ajudar a mudança no concelho”
“Agora, claro que vamos continuar a ajudar a mudança no concelho: Achamos que temos uma boa proposta para o concelho, ela não chegou foi a todos os potenciais eleitores, e por isso iremos alterar a nossa estratégia de comunicação, para melhorar o conhecimento das pessoas sobre os nossos rostos e as nossas propostas.”
Ricardo Magalhães, presidente da CPC da IL
