O Estado da Nação

Helena Terra

Helena Terra *

Antes de irem a banhos, governantes e políticos, discutiram o estado da nação. Mas não foram só estes. Mais ou menos por todo o lado, se discute o estado em que estamos.
O Conselho de Estado, também reuniu na semana passada e, ao fim de cerca de cinco horas de reunião, produziu um comunicado redondo e inócuo.

As análises que mais importam são óbvias aos olhos de todos. O resto são encenações próprias do teatro político – partidário, mormente numa altura em que faltam ideias, projetos e lideranças fortes que façam prever a possibilidade de haver uma alternância.
O empobrecimento das famílias aumentou, quer fruto da inflação crescente, quer pela elevada taxa de juros que onera o crédito, mormente o crédito à habitação, que é o que mais pesa nos orçamentos familiares.
Dez meses depois de ter tomado posse, o atual ministro da saúde, ele próprio médico, não aconteceu qualquer avanço nas negociações com o sindicato dos médicos que já ameaçaram abandonar a mesa das negociações.
Na educação está tudo na mesma e a situação é grave. Vejamos: uma criança que tenha iniciado a instrução primária no ano letivo de 2019-2020, foi finalista há dias e, na sala de aula, esteve menos de metade do tempo decorrido. Primeiro, foi a pandemia que fechou as escolas. Depois, foram as greves que desertificaram as salas de aula. É com esta (im)preparação que estas crianças vão construir o futuro.
Na justiça, mantém-se a inoperância e a ineficácia com as greves dos funcionários judiciais sem fim à vista.
A nossa mobilidade e a nossa necessária ligação, rápida e fácil, ao resto da europa não avançou um milímetro. A nossa ferrovia, basicamente, está parada.
No mercado da habitação em geral, apesar das proclamações, o resultado é desastroso. O mercado do arrendamento é inexistente e, por via disso, estamos a criar “parqueamentos” de pessoas, imigrantes e não só, que vivem às dúzias em tugúrios que geram grandes rendimentos para alguns exploradores, livres de tributação e que, vão criando uma ghetização que, a breve prazo, trará graves problemas sociais em geral que o país não está preparado para resolver.
Mas, mesmo assim, o último debate na assembleia de república com o governo sobre o estado da nação revelou-se, aos olhos de todos, “um passeio na praia” para o primeiro-ministro António Costa, tal e tão confrangedora foi e é a falta de oposição que se possa apresentar como alternativa séria à atual governação.
Quem ficou a perder?
- Lamentavelmente, todos nós!

  * Advogada
 

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