O Movimento associativo

Helena Terra

Helena Terra *

O associativismo em Portugal tem uma longa história, serviu diversos objetivos e, consoante a época histórica em que o situarmos, foi apoiado pelos poderes públicos, incentivado por alguns grandes responsáveis políticos e, também perseguido pelo regime.

O homem como um ser complexo e social por natureza, desde muito cedo percebeu que há necessidades e objetivos que satisfaz por si só, mas outros há que só em grupo e, por isso, associando-se os consegue fazer valer. E isto é verdade quer pensemos na prossecução de fins de cariz solidário, humanitário, cultura em geral, religioso, de classe profissional, desportivo, político e tantos outros que aqui podia elencar.
Além disso, ao longo da nossa história, muitos são os exemplos, e alguns muito bons, sobretudo no mundo rural, de que o associativismo, sobretudo nos ditos meios mais distantes dos grandes centros, era a única forma de participação cívica que muitas pessoas, jovens e menos jovens, tinham ao seu alcance, porque a questão do centralismo, com ou sem democracia, é uma questão velha e de muitos séculos. 
Por outro lado, é bom que tenhamos memória que tendo nascido o movimento associativo, nos seus primórdios, maioritariamente como um movimento de homens, há uma altura em que é o associativismo que leva algumas mulheres a “sair” de casa das lides domésticas e do campo para poderem ter algum espaço de convívio, aprendizagens e, porque não, também algum convívio com o sexo oposto, tanto que, nasceram no associativismo alguns casamentos que duram até hoje. E isto tanto foi válido para os diversos grupos corais ligados às mais diversas paróquias, como para os vários ranchos folclóricos e etnográficos, para as bandas filarmónicas e tantas outras.
Claro está que, falando de associativismo, alguns se perguntarão porque não falo de cooperativismo, dada a importância que este teve, tem e pode ter. Simplesmente, porque cooperativas não são associações e são múltiplas as diferenças entre umas e outras, mas prometo, num outro artigo, falar de cooperativismo.
Voltando ao foco de hoje que são as associações, todos sabemos dos parcos recursos com que vivem sempre, mormente num tempo em que, durante dois anos, todos viveram enclausuradas pela pandemia, sem forma de obter algumas das receitas próprias com que fazem face ás suas despesas permanentes. O problema é que sem arrecadar receita, muitas das suas despesas permanentes tiveram que se manter e, portanto, agora, que ao que parece, estamos a iniciar o período de retoma das atividades normais, é importante que os poderes públicos tenham uma atenção especial para com este movimento. E não estou a falar, necessariamente, de subsidio dependência, estou a falar de planeamento de uma programação em que as associações prestem um serviço consoante o fim que desenvolvam e sejam pagas por isso, porque, estou certa, que todas elas aceitarão e, mais ainda, estarão disponíveis para sugerir uma programação para o efeito.   
 * Advogada
 

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