Oliveira de Azeméis “não é inclusiva”

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"Gostava de andar no Parque La Salette"

Cristina Henriques tem 56 anos e vive em Oliveira de Azeméis, na freguesia de Cucujães, há 25 anos. Em 2017 foi diagnosticada com esclerose múltipla primária evolutiva, uma doença progressiva que provoca um grau crescente de incapacidade, e desde então, tem enfrentado graves problemas de mobilidade na cidade que dificultam e limitam a sua vida.

“Em muitas coisas Oliveira de Azeméis não é inclusiva”, referiu Cristina Henriques em declarações ao Correio de Azeméis. A munícipe relatou diversas situações em que o concelho não está “devidamente preparado” para acolher pessoas com mobilidade reduzida. Neste momento, Cristina ainda caminha com a “ajuda de um andarilho”, mas utiliza cadeira de rodas em várias situações. “Gosto muito de ir ao Parque da La Salette, mas é impensável eu ir de andarilho. Cá em baixo, nas zonas das casas de banho devia ter uma entrada para deficientes com dístico, e depois lá em cima estacionamento para quem tem esse dístico. Uma pessoa quer ir à capela e é impossível, e de cadeira de rodas também não é fácil porque é muito íngreme”, explicou ao Correio de Azeméis. 
No acesso ao notário, Cristina Henriques também relatou dificuldade de acesso devido às escadas, assim como no acesso ao banco e à câmara municipal que não tem estacionamento “próximo”. “Queria poder ser independente, mas assim é difícil”, referiu. “Já não é a primeira nem a segunda vez que estou parada junto aos Correios no lugar dos deficientes, com dístico, e a polícia vem chatear-me”, acrescentou a mulher de 56 anos. 
Entre 2020 e 2021, Cristina Henriques começou a ser vítima de um dos piores sintomas da esclerose múltipla, a perda de mobilidade. Nessa altura, surgiu a primeira grande adaptação da sua vida à doença. Cristina viu-se obrigada a mudar para uma casa térrea, em Ul, uma vez que o apartamento em Cucujães não lhe conferia as condições necessárias. Neste momento, Cristina está a receber diversos tratamentos e contou que sempre foi ajudada por algumas instituições do concelho. Já praticou piscina na CERCIAZ, atividade que considerava muito importante, mas não conseguiu suportar os custos e viu-se a obrigada a deixar. 
Apesar de estar de baixa desde o diagnóstico, em 2017, por “motivos financeiros e psicológicos”, Cristina Henriques quer voltar a trabalhar, uma vez que, não estando ainda em idade de reforma, recebe apenas 337 euros de reforma de incapacidade. “Ninguém consegue viver com este valor destes”, confessou. “A câmara municipal ajuda na renda da casa, mas mesmo assim é insustentável”, acrescentou. 
Em declarações ao Correio de Azeméis, Cristina Henriques garantiu que já enviou um e-mail para a câmara municipal a relatar a situação, mas nunca obteve resposta. No entanto, deixou um apelo ao presidente da autarquia, Joaquim Jorge, para que este “inclua no orçamento do município este tipo de melhorias”. “Há mesmo muitos deficientes a morar em Oliveira de Azeméis e há muita gente em cadeira de rodas. É preciso ter atenção”, alertou a munícipe. 

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