19 May 2025
O Mercado à Moda Antiga foi criado em 1997 e foi inicialmente programado como uma edição única
> Evento perpetua-se como a maior montra associativa do concelho
Decorreu, nos passados dias 17 e 18 de maio, a 26.ª edição do evento oliveirense. Entre associações e artesãos, este ano contabilizaram-se cerca de 160 participantes. Destes, há quem reivindique um maior destaque para os Grupos Folclóricos e a importância de ter sempre presente a “génese” do Mercado à Moda Antiga.
Há cerca de 28 anos, o Mercado à Moda Antiga nascia pelas mãos de dois jovens, Nelson Costa e Ana Nadais, então membros do GRACC - Grupo Recreativo, Associativo e Cultural de Cidacos. “Nunca é demais enaltecer o esforço e a dedicação que ambos tiveram em relação a este evento”, frisa Constantino Henriques, atual presidente da associação, em entrevista ao Correio.
Fundamentais para a sua criação, o presidente admite que participar no evento tem um significado especial para o GRACC. “Torna-se quase um dever e uma obrigatoriedade estarmos presentes e darmos o nosso contributo para esta enorme festa”, destaca Constantino Henriques que, ainda assim, teme que a vertente comercial do evento se tenha tornado um pouco excessiva.
“Comparativamente ao princípio e à génese do Mercado à Moda Antiga, este evoluiu para um evento mais mercantilista. Acho que o que se pretendeu no início foi recriar um pouco da nossa cultura e etnografia da região”, sustenta o presidente do GRACC. No entanto, Constantino Henriques ressalva que esses mesmos valores ainda estão “bem presentes” em todas as edições do evento.
Localizada junto ao GRACC encontra-se outra associação que também foi fundamental para a fundação do Mercado à Moda Antiga. “Posso dizer que o primeiro grupo a ser contratado pelo Nelson Costa e pela Ana Nadais, com o aconselhamento do Ricardo Bastos, foi o Grupo Folclórico de Cidacos”, dá conta António Resende, presidente da associação, em entrevista ao Correio de Azeméis.
O presidente destaca que, apesar de ser um evento concelhio, o Mercado à Moda Antiga tem já uma dimensão nacional e internacional. “Vêm muitos turistas da Galiza, sendo OAZ um ponto de passagem dos Caminhos de Santiago”, exemplifica.
Entre as associações reivindica-se mais “consideração” pelos Grupos Folclóricos
Em entrevista ao Correio de Azeméis, Conceição Ferreira, cantadeira do Rancho Folclórico Cravos e Rosas, mostrou-se descontente com o destaque concedido aos grupos folclóricos presentes no evento.
“Não temos espaços próprios para fazer as danças, nem para convidar pessoas para dançar, como acontecia nas primeiras edições”, defende, acrescentando que este fator dificulta o propósito dos grupos no Mercado. “O que queríamos mesmo fazer era interagir com as pessoas, chamá-las para dançar. Antes, os ranchos atuavam e apresentavam os usos e costumes de outrora, portanto, tinha um simbolismo maior.”