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Correio de Azeméis

12 Apr 2022

On Attente…

Helena Terra

Helena Terra *

Escrevo este artigo enquanto decorrem as eleições que decidirão quem será o novo presidente Francês. As sondagens valem o que valem, mas atendendo ao que elas têm mudado nos últimos tempos acho preferível nem atentar nelas.
Espera-se uma participação que ronde os 75%, sendo certo que, dos números conhecidos a região de Paris é uma das que regista mais baixa participação. O resultado, esse mantém-se uma incógnita, embora tudo indique que haverá segunda volta entre os dois candidatos mais votados, uma vez que nenhum terá, hoje, pelo menos 50% dos votos para poder ser eleito à primeira volta.

Vão a eleições doze candidatos, mas crê-se que a disputa se fará entre Macron e a extrema direita, mas a indefinição quanto ao resultado mantém-se, sendo que se prevê que os mais votados possam ser o atual presidente e outros dois candidatos da extrema direita francesa, embora com alguma vantagem ou preferência entre estes pela Frente Nacional de Marine Le Pen, sobretudo depois da condenação do candidato Eric Zemmour por incitamento ao ódio e ao racismo. Este último, jornalista de profissão, torna claro e público que o declínio da França se deve à islamização e à ascensão das mulheres a profissões e posições de destaque.
A esquerda está desmembrada, desorganizada e, em alguns casos, eventualmente órfã de uma liderança forte.
As últimas previsões parecem ditar uma segunda volta entre Macron e Le Pen, sendo que o resultado de Macron, previsivelmente superior, é-o numa muito pequena diferença.
No dia 24 de abril, os franceses vão de novo a votos e terão que escolher entre estes dois candidatos quem querem ver presidentes. E, nesta altura a pequena diferença de Mácron e Marine Le Pen, podem ditar uma vitória da extrema direita com a soma dos votos de Le Pen e de Eric Zemmour que se prevê conseguir hoje cerca de 8% dos votos. Com a esquerda é difícil saber o que poderá acontecer e, por isso, corremos sérios riscos de ter em frança um governo de extrema direita.
Ora, na altura em que vivemos e em que a Europa tem que lidar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia este era, de todo, um cenário que não convinha a ninguém, a menos que seja aos próprios e a Putin. O futuro da União europeia, depende de múltiplos fatores, mas sempre de um eixo franco-alemão forte e a história ensinou-nos isto. Atendendo à manta de retalhos política de que é constituído o atual governo alemão, juntar a isto uma presidência francesa de frente nacionalista, com o centro da Europa paredes meias com as fronteiras de um povo que sofre e tem as mulheres a fugir com os velhos e com as crianças, sem uma vida, mas com esperança na sobrevivência e com a espectativa de encontrar um apoio e um futuro, este não me parece ser o melhor cenário para o desenrolar das cenas dos próximos capítulos.
Como dizem os franceses, on vera!   
 

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