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Correio de Azeméis

8 May 2024

Os 50 anos de liberdade em Oliveira de Azeméis

Destaques Concelho

Câmara municipal vai celebrar o 50º aniversário da liberdade em Portugal até abril de 2025

Na passagem das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, Oliveira de Azeméis marcou a data com uma Assembleia Municipal Extraordinária comemorativa da efeméride. Depois do dia se iniciar com o habitual protocolo do hastear das bandeiras, seguiu-se a cerimónia no teatro municipal. Além dos discursos emotivos, o vereador Rui Luzes Cabral, representante da organização das comemorações, anunciou que estas celebrações se irão estender até abril de 2025.

“Três conclusões essenciais” após 50 anos de liberdade
“(…) Volvido meio século após o 25 de abril de 1974 somos convocados para refletir sobre três conclusões essenciais. A primeira é o de reconhecimento do muito que foi feito nestes últimos 50 anos. A vida concreta dos portugueses melhorou imenso em todas as áreas. Na educação e nas qualificações, no desenvolvimento económico e social, na qualidade dos cuidados de saúde, na dinâmica cultural, nos direitos e nas condições sociais e laborais, nas condições habitacionais, nas vias de comunicação e nas respostas de mobilidade. (...)A segunda conclusão é também de reconhecimento, mas, desta vez do muito que ainda falta fazer. Efetivamente existem ainda muitos problemas antigos à espera de solução e muitos problemas novos e complexos, que é preciso encarar de frente e que exigem grande coragem e determinação para a sua resolução. (…) Todos sabemos das dificuldades concretas que as pessoas enfrentam no dia a dia.  (...)A terceira conclusão tem a ver com as ameaças que se colocam à liberdade e à democracia. Hoje existem forças políticas que querem e ambicionam o regresso às amarras do passado. Não assumem diretamente, mas, são muitos os sinais que evidenciam as suas verdadeiras intenções. (…).”

Joaquim Jorge, presidente da Câmara Municipal 

Descolonizar, democratizar e desenvolver

“(…) Descolonizar, democratizar e desenvolver. Para a minha geração foi sem dúvida o dia mais marcantes das nossas vidas e que viria a ser ajustado e reconfirmado por outras datas relevantes que se seguiram. Ainda em 1974, o dia 28 de setembro e ano seguinte, o 11 de março e o 25 de novembro, com avanços e recuos e que me recordaram para sempre o meu tenente sóbrio, moderado e sensato. Fazer um golpe militar é fácil, difícil é mantê-lo na rota da democracia, pois como disse Winston Churchill (ex-primeiro-ministro do Reino Unido), a democracia é o pior dos regimes à exceção de todos os outros. A democracia promove o bem comum, a liberdade e equidade social, contra a opressão, a injustiça, a precariedade e a insegurança (…).”

Amaro Simões,  presidente da Assembleia  Municipal 

Celebrações até abril de 2025
“(…) Porque Oliveira de Azeméis celebra abril sempre, que numa data como esta que passaram 50 anos desse grande dia, que faz sentido o reforço desta celebração. (…). Reunimos um conjunto de personalidades oliveirenses incansáveis no entusiasmo e produtivos em ideias, que nos permitiram pensar num programa comemorativo de abril 2024 a abril 2025. Um programa que se vai construindo e sendo comunicado. Palestra, exposições, conferências, roteiros de recriação histórica, cinema, concertos de música, dança, apontamentos teatrais, atividades desportivas, tertúlias, espetáculo de variedades, atividades ligadas à natureza, clubes de leitura, poesia, testemunhos. (…).”

Rui Luzes Cabral, vereador da câmara representante da organização das comemorações do 25 de Abril 

 

Os 50 anos da liberdade na visão de uma jovem 
“No passado mês de fevereiro tive o prestígio de abordar crianças e adultos sobre a conceção que tinham de liberdade. Não sei se alguma vez tiveram a chance de falar seriamente com uma Matilde, ou, um Henrique de seis anos sobre aquilo que eles acham sobre a palavra liberdade, ou, de sermos livres. Mas, garanto-vos que as respostas que dariam não seriam assim tão diferentes daquelas que uma Sónia, ou, uma Rosália de 70 anos dariam. A única diferença entre estas duas gerações é que uma delas não sabe o que não é poder beber uma coca-cola e a outra viu a guerra colonial a acabar. (…). Celebrar o 25 de Abril é cantar a liberdade, a evolução, o despertar da igualdade, é celebrar a informação. É saber honrar a sorte que temos por conseguirmos falar com quisermos num café, podermos ler o que quisermos numa biblioteca, dar as mãos na rua, ouvirmos a música que quisermos, bebermos uma simples coca-cola, e, mais recentemente para mim, honrar o direto de poder ir votar.”

Ana Miguel Marques Almeida, presidente da Assembleia Municipal Jovem 2023

“Sentir sem nunca ter sentido”
“Nem viver a história, nem a reescrever, apenas, poder ouvir. Imaginar como foi. Tentar imaginar como foi. Saber que doeu, sem que hoje nos doa a nós. Não ter de aguentar, sabendo que outros aguentaram. Falar sem ter de sussurrar. Não calar quando para muitos antes de nós o silêncio foi forma de resistência. É esta a esperança e a herança da minha geração e de todas, hoje a maioria, que nasceu depois de abril. Não precisamos de o ter vivido para o sentir, saber sem ter vivido, assumindo que todos os dias há uma revolução que alguém começou por nós. (…) Sentir sem ter vivido, sentir ter ido à guerra, nem escrito de amor em folhas de jornal, sentir sem nunca ter entrado numa chaimite, sentir sem ter conhecido o medo da noite, sentir sem nunca ter fugido de assalto para o mundo que nos fechava, sentir sem nunca ter sentido é agora a obrigação da minha obrigação e de todas que vieram depois de abril (…). Não aceitamos nunca discursos que menorizem tudo isto que conseguimos, foi muito, foi duro, foi extraordinário (…).”

Bruno Aragão, membro da assembleia municipal PS

 

25 de abril é também o dia em que se ligaram as luzes “na então nova fábrica da Simoldes Aços”
“Esta é uma data importante para Portugal e para portugueses. É também uma data importante e marcante para Oliveira de Azeméis, pelo simbolismo nesse dia ter sido ligada a eletricidade do posto de transformação instalado na então nova fábrica da Simoldes Aços. Não houve inauguração, não houve festa, mas, foram ligadas as máquinas para que pudessem começar a trabalhar. Com 70 trabalhadores, como muitas vezes, com orgulho, refere o seu fundador António Rodrigues, um forte empreendedor do nosso concelho e da nossa região. Podemos usar este exemplo como o princípio de uma nova era, um novo começo no sentido da evolução, do progresso, das oportunidades e das igualdades que a partir daí foram criadas. A liberdade funda-se, não se constrói apenas numa noite. Conquistas todos os dias, sejamos capazes de honrar, preservar e dar continuidade à liberdade conquistada a 25 de Abril. (…). Concluo a minha intervenção saudando o presidente da assembleia municipal por ter acedido após a nossa recomendação, do grupo municipal do PSD, celebrar abril.”

Helga Correia, membro da assembleia municipal PSD

“Uma maioria absoluta deu lugar ao poder absoluto”
“(…). Hoje falar de abril é falar do nosso concelho, na nossa comunidade. Hoje como sempre o populismo e demagogia continuam a corroer a liberdade e democracia, porque, contrariamente ao que foi prometido em 2017 pelo atual presidente da câmara, com a narrativa de tornar Oliveira de Azeméis num melhor lugar para viver, percebemos hoje o déficit democrático que existe com a gestão assente num pensamento único, em que uma maioria absoluta deu lugar ao poder absoluto. Uma gestão assente na defesa do interesse privado, do interesse partidário e não na defesa do interesse público e das famílias oliveirenses. (…).”

Alcino Martins, membro da assembleia municipal BE

“O 28 de setembro, o 11 de março e o 25 de novembro”
“O 25 de Abril restaurou a democracia, não sem que a esquerda totalitária tivesse tentado durante ano e meio instaurar uma nova ditadura do estilo soviético. O 28 de setembro, o 11 de março e o 25 de novembro, marcaram as três principais tentativas de tomada de poder pelo Partido Comunista. Mas, o 25 de novembro de 1975 ser-lhe ia fatal e Portugal entrou no caminho da democracia. (…). Tivemos uma descolonização vergonhosa e mal conduzida que gerou traumatismos e crises dolorosas e que não foi capaz de acautelar importantes interesses nacionais e deixou meio milhão de portugueses sem seus lares e não soube evitar situações humanas muito dramáticas. (…)."

Rudolfo Ventura, membro da assembleia municipal CHEGA 

“O CDS-PP contribuiu com coragem e sofrimento”
“Hoje é dia de festa e estou aqui em nome do CDS-PP com a consciência da legitimidade para celebrar a revolução de abril, para a qual o CDS-PP contribuiu com coragem e sofrimento, para o preservar da revolução, que fosse exclusivamente na sua dimensão democrática, popular e patriótica. O 25 de Abril de 74 não foi a revolução, foi o princípio da mesma. (…) O CDS é efeito direto do 25 de Abril, só foi possível nascer porque aconteceu, e nasceu com valores e visão bem claros. A confiança total na personalidade do povo português e uma fé intocável na democracia e na liberdade. O CDS foi atacado e perseguido até, mas, sempre resistiu. No entanto, não construímos qualquer coisa com base no rancor, por isso não pretendo trazer aqui uma retórica de ajustar contas com algum passado. Dizer apenas que felicidade é eu poder aqui estar, porque legitimado por quem em mim votou e dizer, sem filtros, o que vai na base do meu pensamento. (…).”

António Pinto Moreira, membro da assembleia municipal CDS-PP

Um agradecimento especial 
“Hoje é dia de fazer um agradecimento a todos quanto contribuíram para esta nossa liberdade, para que hoje nos possamos olhar aqui olhos nos olhos e dizermos aquilo que sentimos. O sincero agradecimento a todos quantos contribuíram para que este dia e estas pequenas celebrações a nível local e nacional sejam possíveis. E uma palavra também de reconforto em relação ao futuro. A nossa democracia faz 50 anos, mas, ela precisa de continuar a ser alimentada (....).”

Constantino Tavares, presidente da Concelhia do CDS-PP

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