“Os árbitros não são máquinas, são humanos”

Hóquei em Patins Destaques Desporto

Filipe Oliveira pede compreensão aos adeptos e defende a introdução do ‘VAR’ no hóquei

Filipe Oliveira, 42 anos e duas décadas ligado à arbitragem, chegou esta época à 1ª Divisão Nacional de hóquei em patins. Foi guarda-redes de futebol, tendo integrado o plantel sénior da Oliveirense, apitou jogos de futsal, mas agora está focado em afirmar-se na arbitragem naquele que é considerado o melhor campeonato do mundo em hóquei.

Na arbitragem desde 2004

A arbitragem surgiu já em tempos de escola. Faziam torneios de futsal na escola e eu apitava esses jogos. Entrei para a arbitragem a nível federado por acaso. Fui convidado para apitar um jogo ainda sem ter o curso de árbitros. Passado pouco tempo fui tirar o curso e já são 20 anos ligados à arbitragem. No futsal comecei em 2004 a nível distrital (apitava ao sábado) e ainda jogava futebol (ao domingo). Foi assim até 2011, ano em que chegaram à minha beira e disseram que eu tinha potencial para patamares superiores e se eu queria ir para a Federação tinha de deixar de jogar. Aos 29 anos optei por deixar de jogar futebol e dediquei-me só à arbitragem. Nessa primeira época subi aos quadros da FPF a nível de futsal, onde me mantive até 2022, ano em que subi ao Nacional de hóquei em patins após um ano no Regional. Nesse ano deixei o futsal por perspetiva de carreira. Andava no futsal para ajudar a malta mais nova, porque já não podia voltar novamente à 1ª Divisão por causa do limite de idade.

A bagagem do futebol e do futsal

No futsal ganhei a experiência do que é ser árbitro. A passagem para o hóquei foi só a aprendizagem das regras. Quando fui para o hóquei já tinha 17 anos de arbitragem. E ter sido jogador de futebol também me ajudou bastante, ajudou-me a compreender o outro lado.

Trabalho antes dos jogos

Fazemos análise dos jogos da 1ª e 2ª divisões, da 3ª divisão não é tão fácil porque não há muita informação disponível. Tentamos saber quais são os jogadores mais influentes das equipas, os mais temperamentais, quais os que nos podem criar problemas. É um scouting que, às vezes, vale o que vale, porque estudamos o jogo e às vezes sai-nos tudo ao contrário. É um trabalho que todos os árbitros, da 1ª e 2ª divisões, são obrigados a fazer.

Preparação física solitária

No hóquei cada um trabalha por si. No futsal tínhamos o centro de treinos. Por vezes juntamo-nos dois ou três árbitros e vamos treinar. Mas basicamente é cada um por si, porque não é fácil conseguir conciliar horários. Quem está na 1ª Divisão tem de fazer um bom trabalho físico durante a semana para, ao fim de semana, estar bem.

A “correria” ao longo da semana

É difícil conseguir conciliar a atividade profissional, com a família, com os treinos, com a preparação dos jogos, com a visualização do vídeo pós jogo para corrigir algumas falhas. Não é fácil. Se eu conseguir treinar dois dias por semana já é bom. Com jogos à semana é muito difícil conseguir treinar mais do que duas vezes por semana.

Portugal no Campeonato do Mundo

Pela arbitragem gostava de ver um árbitro na final mas, que me desculpem os meus colegas árbitros, eu prefiro que a nossa Seleção chegue à final seja campeã do mundo. Se a Seleção não chegar era bom que tivéssemos um árbitro português na final. Temos dos melhores árbitros do mundo. O arbitro português tem muita qualidade. Não é uma modalidade fácil de arbitrar. (...) Simplificar as regras era o ideal.

Meios tecnológicos na arbitragem

Sou a favor desde que seja pela verdade desportiva. Eu sou capaz de aceitar um erro porque eu vou para um jogo e sei que não consigo acertar 100 por cento das decisões. E um erro pode decidir um jogo, um campeonato ou uma descida de divisão e sou a favor dos meios tecnológicos se forem pela verdade desportiva.

 

“O meu foco é afirmar-me na 1ª Divisão”

Cheguei onde inicialmente queria. O objetivo era chegar à 1ª Divisão Nacional. Agora só tenho mais um passo possível que é chegar a internacional, mas agora não posso pensar nisso. O meu foco é afirmar-me na 1ª Divisão.

“Os árbitros não são máquinas”

Os árbitros são como os jogadores, os jogadores erram, os treinadores erram e os árbitros também vão continuar a errar, infelizmente. Os árbitros não são máquinas, são humanos. O que se pede aos adeptos é o máximo de compreensão, porque os árbitros quando vão para um jogo também estão a ser avaliados. É difícil aceitar o erro de um árbitro, mas ninguém erra de propósito. Eu quando jogava futebol tinha o máximo respeito pelos árbitros.

Partilhar nas redes sociais

Comente Aqui!









Últimas Notícias
FC Pinheirense empata a zero no arranque do campeonato
13/10/2024
FC Macieirense começa campeonato a golear
13/10/2024
GD São Roque empata e FC Cesarense perde na estreia do campeonato
13/10/2024
JD Carregosense vence dérbi em Nogueira do Cravo
13/10/2024
Sabseg: SC Bustelo e AC Cucujães não conseguiram pontuar
13/10/2024
"É a menina dos meus olhos"
13/10/2024
Pinheiro da Bemposta festejou 52ª Festa Artística Anual
13/10/2024
URATE apresentou cartaz de mais um edição do Festola
13/10/2024