Pais indignados com “falta de condições" da Soares Basto

O ano letivo 2020/2021 já arrancou nas escolas do concelho de Oliveira de Azeméis e a Associação de Pais da Escola Secundária Soares Basto viu com ansiedade o regresso às aulas, tendo contactado o Correio de Azeméis para denunciar aqueles que consideram ser os dois principais problemas que preocupam pais e encarregados de educação: a falta de transporte e a falta de pessoal não docente na escola. As aulas começaram na Escola Secundária Soares Basto na passada quinta-feira, mas é com apreensão que a Associação de Pais vê o regresso dos filhos à escola-sede. “Do ponto de vista da escola está tudo preparado para o arranque do ano letivo 2020/2021”, começou por dizer o vice-presidente da Associação de Pais da Escola Secundária Soares Basto, Sérgio Martins, ao Correio de Azeméis. “O plano da escola-sede tem uma boa estrutura e a direção tem feito um trabalho extraordinário, mas não existem condições para avançarem com o plano”, apontou. A Associação de Pais da Escola Secundária Soares Basto contou que os principais obstáculos neste regresso às aulas prendem-se com a construção do horário escolar dos alunos. Inicialmente, previam-se dois horários diferentes, mas, devido à impossibilidade provocada pelas mudanças nos transportes, efetuou-se um horário único. “No entanto, continua a ser um problema porque faz com que os alunos tenham de estar mais tempo na escola do que o necessário à espera do autocarro”, explicou a presidente da associação, Susana Neves. Sérgio Martins realçou que um horário de dia inteiro “não é solução” e que “tem de haver vontade” do município em “reforçar” os transportes. Para além da falta de transporte, Susana Neves enfatizou o facto de a escola-sede ter cerca de 1.700 alunos e não ter pessoal docente “suficiente. “Aparentemente, o município não atribuiu mais funcionários este ano”, acrescentou Sérgio Martins, adiantando ainda: “Faremos uma manifestação apenas em último recurso”. Autarquia está a par dos problemas apontados pelos pais Até à hora de fecho da presente edição não foi possível saber o resultado da reunião agendada pelo município com a Associação de Pais da Escola Secundária Soares Basto, que decorreu ontem. No entanto, em resposta ao Correio de Azeméis, o vice-presidente da Câmara afirmou que o município, em articulação com os cinco agrupamentos, tentou perceber os horários e o número de alunos por horário e carreira. “Depois de esse trabalho estar realizado, a Câmara Municipal articulou essa informação com a operadora de transportes para que pudesse antecipadamente saber o número de autocarros necessários para utilizar em cada rota”, explicou Rui Luzes Cabral. “Poderão, no entanto, existir acertos nos primeiros dias de aulas, pois alguns alunos que utilizam transporte público podem deixar de usar, ou vice-versa”, alertou. Em relação à falta de pessoal não-docente apontada pela Associação de Pais, o vereador informou que o município colocou nas escolas dos cinco agrupamentos 65 assistentes operacionais e duas assistentes técnicas desde o dia 01 de setembro. “O Agrupamento de Escolas Soares Basto recebeu de forma equitativa assistentes operacionais, tendo em conta o número de alunos e escolas. Como sabemos que o número ainda não corresponde aos pedidos dos dos nossos agrupamentos, além destas colocações a Câmara Municipal vai continuar a colocar nas próximas semanas assistentes operacionais nas nossas escolas”, adiantou Rui Luzes Cabral, realçando que este é um problema com o qual o país se debate e que são muitas as baixas médicas e as limitações de saúde. “Nem sempre os procedimentos de contratação pública para se proceder às substituições ocorrem com a rapidez que precisamos”, lamentou.