Para a história do Teatro Municipal

António Magalhães

António Magalhães

Os jovens oliveirenses promoveram, nos princípios do século XIX, as primeiras incursões no teatro em casas da Laje, na casa Sequeira Monterroso, no palacete da família Alegria da actual Avenida Dr. Ernesto Pinto Basto, até que no dia 26 de Março de 1851 foi comprado a D. António de Castro Pereira Côrte - Real, 1.º Conde de Fijô, de Santa Maria da Feira, um terreno no Urgal, na chamada Feira dos Onze, onde nasceu o Teatro Oliveirense. E foi aqui que os oliveirenses assistiram pela primeira vez a sessões de cinema.

Em 22 de Fevereiro de 1947 a nossa vila viveria dia grande com a inauguração do Avenida-Cine, arrojo dos oliveirenses António José Pinto e Antero da Silva, projecto do arquitecto Moreira Júnior e engenheiros Simões Pereira e Pinto Carmona. Diz-nos Francisco Landureza na sua reportagem que foram oito os oradores, todos em volta de uma mesa onde foi servido um “Porto de Honra”. Presidia à Câmara o Dr. Ernesto Soares dos Reis. António José Pinto agradeceu em nome da empresa.
Chegado da Venezuela, onde conquistara conhecido êxito, o ulense José Ferreira Pinto adquire o Avenida-Cine e perante duas hipóteses – remodelação do edifício ou construção de um novo – optou pela segunda e assim nasceu, em 1967, o Cine-Teatro Caracas, orgulho da vila e da região.
Falecido José Ferreira Pinto, o filho Benvindo Ferreira Pinto entra em negociações com Ângelo Azevedo, presidente da Câmara. A IURD – Igreja Universal do Reino de Deus avançava decididamente em Portugal, comprava casas de espectáculos – recorde-se a “história” do Cinema Vale Formoso, no Porto – e ter-se-á aproximado de Benvindo Ferreira Pinto com o mesmo fim. Desfecho que não agradava à população oliveirense, pelo que Ângelo Azevedo, no dia 4 de Julho de 1995, de harmonia com a resolução tomada pelo Executivo, celebra um acordo com Benvindo Ferreira Pinto, concretizando o aluguer do Cine-Teatro Caracas pelo prazo de oito meses. 
E a história documental registará que este foi o primeiro passo para a aquisição da nossa casa de espectáculos pela Câmara Municipal, materializada efectivamente na reunião da Câmara de 20 de Novembro de 2001, onde foi decidida, após consulta à Assembleia Municipal, a aquisição do imóvel pelo valor de um milhão, trezentos e trinta e sete mil, setecentos e setenta e oito euros e trinta e seis cêntimos (setenta milhões de escudos), com pagamento espaçado no tempo, ali minuciosamente definido.
Votaram a favor da decisão os vereadores Ápio Assunção, Dr. Mário Monte, Eng. Pinto Moreira, Eng. Domingos Ferreira e Dr. Carlos Correia. Os vereadores Dra. Helena Terra e o Eng. António Maria votaram contra, argumentando que “o fim a que se destina o imóvel seria melhor servido com a construção de um edifício de raiz em local idóneo e desafogado a custo possivelmente inferior ao que resulta da adição do valor da aquisição do prédio ao da sua recuperação e adaptação”. 
Esta, em resumo, a “história” do nosso agora Teatro Municipal, inaugurado festivamente há dias e onde a Câmara Municipal promoveu um alargado conjunto de obras que reconduziram Oliveira de Azeméis a lugar cimeiro. 
Congratulemo-nos.
(Escrito de acordo com a anterior ortografia)

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