Para onde vai a riqueza?

Opinião Opinião Política

Óscar Oliveira *

Recentemente a revista Forbes divulgou mais uma vez a lista das pessoas mais ricas do mundo, altamente elucidativa do atual nível de concentração de riqueza, mas em contraste assistimos a abissais desigualdades sociais, de exploração desenfreada de milhões e milhões de seres humanos.
Segundo refere a revista, só em Janeiro deste ano as cinco pessoas mais ricas do mundo, viram duplicar as suas fortunas, desde 2020, a um ritmo alucinante de 15 milhões de dólares por hora. Contudo, do outro lado do abismo de classe, nesse mesmo período, acentua-se o empobrecimento de 5000 milhões de pessoas. Em apenas dois anos, os salários de cerca de 800 milhões de trabalhadores viram perder poder de compra face à inflação num valor estimativo de 1,5 de milhões de dólares, ou seja, cerca de um mês de salário por cada trabalhador.
Em Portugal, os lucros dos principais grupos económicos, só em 2023, alcançaram 25 milhões de euros por dia. Só em 4 anos, o Grupo Amorim tem uma fortuna calculada em 5,3 milhões de euros e saltou 86 lugares na lista dos mais ricos do mundo.
Neste patamar e à boleia das subidas das taxas de juro e da manutenção das comissões bancárias, os cinco principais bancos registaram, no seguimento de 2022, lucros escandalosos em 2023 de mais de 4,3 mil milhões de euros. Parte deste valor saiu sob forma de dividendos e juros para fora do país.
Em contraste com estes números, são assinalados mais de três milhões de trabalhadores que auferem menos de mil euros brutos por mês; alarga-se o fosso dos que vivem com enormes dificuldades e cujos valores dos seus salários, das reformas e pensões não lhes permitem fazer face às despesas básicas do dia a dia. Aqui, tem particular significado o facto de 250 trabalhadores terem mais do que um emprego, crescendo 7% no último ano.
Cerca de 1,8 milhões de portugueses vivem no limiar da pobreza ou de exclusão social.
O que está em causa é a ditadura do grande capital. O grande capital e a sua “ditadura” é que devem ser os alvos prioritários de combate dos Povos, no âmbito da luta de classes – o explorador e o explorado.
Este é um combate a que, com organização e determinação ,não podemos fugir. 

* Membro da  Comissão Concelhia do PCP 
 

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