25 Mar 2025
Debates - Politicamente Correto
Os representantes dos partidos debateram os critérios que orientam a escolha dos candidatos e refletiram sobre o afastamento das pessoas da política
> Autárquicas 2025: As melhores soluções ou as soluções
O último programa do “Politicamente Correto” transmitido pela Azeméis TV/FM teve como mote o tema “Autárquicas 2025: as melhores soluções ou as soluções possíveis”.
No programa, os convidados falaram sobre as dificuldades que sentem na escolha dos seus candidatos e debateram as causas do afastamento das pessoas da política.
O programa contou com a participação dos representantes dos partidos com assento na Assembleia Municipal: João Costa (PS), Sérgio Martins (PSD), Manuel Almeida (CHEGA) e Constantino Tavares (CDS-PP).
“O que é que fazemos para recrutar pessoas? Tentamos envolvê-las pelo projeto e não tanto por aquilo que é a pessoa A, B ou C: o que é que queremos fazer para esta freguesia? Quais são os projetos? O que é que gostávamos de ver implementado? Tentamos mostrar às pessoas que isto é mais fácil se estivermos todos juntos. A verdade é que, muitas vezes, a política também é isto: mais do que agir temos de convencer as pessoas a participar e a envolver-se. Acho que o segredo é esse: procurar, à raiz, as pessoas que têm mais espírito de missão e que tenham disponibilidade”
João Costa (PS)
“As concelhias, em Portugal, têm todas muito pouca dimensão. Temos microfreguesias com muito poucas pessoas e, por isso, o bolo de onde recrutamos candidatos é muito pequeno. Acho que isso é um dos principais problemas que temos. Agora ainda se fala em separar mais freguesias, mas, e apesar de saber que o meu partido votou a favor da desagregação de algumas freguesias, acho que tínhamos de fazer precisamente o contrário. Devíamos agregar mais para lhes dar escala, dimensão e mais concentração, com o objetivo de ter massa crítica para podermos ter mais pessoas interessadas e competentes”
Sérgio Martins (PSD)
“As nossas dificuldades são transversais a praticamente todos os partidos, acrescendo ainda que algumas pessoas têm medo de represálias, por ser o partido que é, por ser o Chega. Mas temos conseguido captar pessoas capazes e que têm vestido a camisola para defender os interesses dos oliveirenses. Em 2021, tínhamos tomado posse há cerca de meio ano, tivemos mais dificuldades em recrutar pessoal, neste momento já estamos mais à vontade. Temos pessoas capazes, com disponibilidade e capacidade de entrega, mas ainda há pessoas que votam em nós, apoiam-nos a 100% e têm receio de dar a cara. Ainda assim, há cada vez mais pessoas que estão a perder esse receio e avançam com o projeto”
Manuel Almeida (Chega)
“Oliveira de Azeméis está a precisar de valorizar o papel das oposições e de alertar para determinadas situações destas maiorias absolutas. Não somos inimigos de ninguém, estamos aqui para contribuir e, se [existir esse] clima, mais pessoas poderão vir para a política. As pessoas têm medo de dizer que são de um partido como o CDS ou o Chega. Hoje, como o poder está de tal forma acentuado numa das partes, controla tudo politicamente. Existe uma maioria absolutíssima de um só partido e o papel da oposição fica muito difícil, porque não somos levados muito a sério. Devemos valorizar quem não pensa como nós, principalmente quando existem maiorias absolutas”
Constantino Tavares (CDS-PP)