Pensar o futuro

Vivemos um impasse político. A aprovação ou não do Orçamento de Estado para 2025. Será que os líderes dos partidos da oposição estarão a pensar no país e no que é melhor para ele? A sua não aprovação implica naturalmente dissolução do Parlamento e convocação de eleições gerais. Acredito que uma larga maioria dos eleitores quer este orçamento seja aprovado. Em primeiro lugar quem ganhou as eleições tem o dever de plasmar nesse orçamento os seus compromissos eleitorais. Claro que precisa do apoio do Partido Socialista. Penso que este governo de coligação, PSD, CDS-PP fez um esforço muito grande para ele ser uma realidade. Estar na oposição, também devemos fazer pensar no que é melhor para todos. E não individualmente a cada partido. Em relação a André Ventura, esclareço, é partido de uma só pessoa, variando as suas ideias várias vezes ao dia e sempre acreditando em todas. Como poderá ser possível acreditar e fazer fé num líder com este comportamento? Quero acreditar que os líderes vêm para além do hoje, porque se houvesse eleições hoje é minha convicção ganharia na mesma a Aliança Democrática, reforçando seu resultado. O Partido Socialista seria o segundo, o partido de André Ventura perdendo uma parte dos cinquenta deputados que tem. Claro que este comportamento se pede aos partidos com responsabilidade no ato da governação. E que nós podemos discordar mas respeitamos. Ser oposição é mesmo isso, apontar as diferenças, tudo que ser melhor para o país ou para a nossa terra. Como intervenientes locais, penso que também devemos arrogar ao direito de dizer o que pensamos sobre o país. Pois tudo terá reflexo as comunidades locais. Mais uma vez, repito, ser oposição exige respeito mútuo. Quem garante que as oposições de hoje não possam ser o poder de amanhã. Isto será sempre o normal em democracia. Possibilidade de alternâncias.

* Presidente da concelhia do CDS-PP