26 Feb 2024
Helena Terra *
No passado domingo começou a campanha eleitoral que durará até ao dia 08 de março, sexta-feira, que é, também o Dia Internacional da Mulher, isto, depois de todos os debates televisivos entre os candidatos, cuja qualidade da discussão muito deixou a desejar, quer por parte de todos os candidatos a primeiro-ministro, quer por parte dos jornalistas que os conduziram e moderaram.
Foram horas televisivas perdidas com minudências sobre o que farão os candidatos se não ganharem as eleições no dia 10 de março, quando é certo que, o importante é o que os candidatos farão, no dia seguinte a ganharem as eleições.
É preocupante o estado a que chegou a nossa democracia no ano em que, sobre ela, se comemoram 50 anos.
Centenas de polícias no Capitólio, em Lisboa, no dia 19 de fevereiro, onde ia decorrer e decorreu o debate eleitoral entre os líderes do PS e do PSD, num protesto espontâneo que não estava autorizado. Vestidos de camisolas pretas e empunhando bandeiras de Portugal, os elementos da PSP e da GNR assobiaram, bateram palmas e gritaram “polícias unidos jamais serão vencidos”, “vergonha”, “respeito” e “Portugal”…, além de cantarem o hino nacional.
A comandante responsável pelo policiamento junto ao Capitólio, ouvida posteriormente, referiu que a manifestação não estava autorizada e que os promotores iriam ser identificados.
Os polícias dirigiram-se para o Capitólio após a concentração que juntou cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR na Praça do Comércio, junto ao Ministério da Administração Interna (MAI), num protesto organizado pela plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR. Tais manifestações surgem depois de ter sido aumentado o subsídio de risco /missão, apenas, dos elementos da polícia judiciária.
Depois disto, os Guardas Prisionais fizeram vigília em dia de greve, na passada quinta-feira e entregaram um caixão no Ministério da Justiça. Os Guardas Prisionais exigem melhores condições de trabalho e, tal como a PSP e a GNR, reivindicam uma equiparação do suplemento de missão atribuído à Polícia Judiciária.
Agora, são os militares que ameaçam com protestos se o Governo aumentar as forças de segurança, deixando-os para trás. Os militares estão descontentes perante a o tratamento diferenciado entre as forças de segurança e as forças armadas, alertando que o descontentamento pode dar lugar a protestos. A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e a Associação Nacional de Sargentos (ANS) deixam o aviso da possibilidade da escalada dos protestos por parte da tropa.
Nunca tal coisa se viu na história da nossa democracia, a segurança do nosso país e o poder de autoridade do Estado, estão na rua e aqueles que terão de liderar o governo da nação depois de 10 de março nenhuns planos de futuro deram a conhecer sobre isto e tantas outras reformas imperiosas levar a cabo.
* Advogada