Manuel Almeida *
Marcelo e a Web Summit!
No encerramento de mais uma edição da Web Summit não podia faltar a presença do presidente da Republica onde mostrou vontade de se realizar este grande evento até 2028. Sim, trata-se de um grande evento mundial focado na área tecnológica e digital, mas será que se justifica o investimento do erário publico no valor de 11 milhões de euros por ano para a realização deste evento durante 4 dias? Segundo a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, os visitantes e participantes gastam durante os 4 dias do referido evento uma média de 64 milhões de euros em restauração e alojamento. Por isso considero que a Web Summit é um investimento que traz retorno financeiro para o nosso país ao contrário de outros eventos.
Mas, o “popularucho” do presidente da república deve ter em conta outras prioridades e preocupações para Portugal, além destes eventos.
No discurso do 10 de Junho de 2017, Marcelo prometia uma luta sem tréguas no combate à pobreza e dizia querer acabar com os sem-abrigo, mas, mais de 5 anos depois desta promessa o número de portugueses a viver abaixo do limiar de pobreza atingiu níveis históricos e os sem-abrigo proliferam, não só em Lisboa e Porto, mas por todo o país. Marcelo, “o popularucho”, sabe prometer mas para além das selfies pouco ou nada tem feito nesta área!
Marcelo Rebelo de Sousa, para ser o presidente de todos os portugueses como mencionou em debates na última campanha presidencial, precisa de olhar mais para dentro, para os problemas que afectam diariamente todos os portugueses e, numa altura em que os portugueses passam ou prevêem dificuldades financeiras no horizonte, era de muito bom-tom e muito responsável, que a presidência da Republica reduzisse as despesas com viagens presidenciais e outros custos. Não podemos continuar a “esbanjar” mais de 15 milhões de euros por ano em custos supérfluos e que poucos retornos trazem para o país, enquanto os hospitais e centros de saúde continuam no caos por falta de profissionais de saúde, as crianças sem aulas por falta de professores e muitos de nós a lutar mês após mês para cumprirmos com as nossas responsabilidades financeiras…
Haja bom senso!
* Presidente da comissão política Concelhia do CHEGA