11 Dec 2023
Manuel Almeida*
No passado dia 1 de Dezembro entrou em funcionamento a nova rede de transportes públicos em Oliveira de Azeméis, passado um mês do arranque previsto. Depois das autarquias que compõe a Área Metropolitana do Porto terem passado a ideia de que a mudança seria benéfica para todos os municípios, para todos os utilizadores dos transportes públicos, que os autocarros seriam novos e com comodidades superiores, o que realmente se verifica é precisamente o contrário de tudo o que foi garantido às populações.
A empresa que ganhou o concurso internacional cobre dezassete concelhos servidos por 439 linhas e ao que parece com problemas em todas elas, o que me leva a pensar na forma como são feitos e nos interesses escondidos por detrás destes concursos! Como é possível que uma empresa garanta autocarros novos, quando na sua maioria são autocarros usados, alguns deles são quase sucata circulante, sem qualquer comodidade? Como é possível uma empresa trocar horários e rotas a seu belo prazer, sem comunicar às autarquias nem informar os utilizadores? Como é possível atribuírem rotas a motoristas que não conhecem o território e em pelo menos dois casos, os motoristas nem falam português? Mas, como é possível que as autarquias servidas por esta rede de transportes aceitem tudo isto, num claro incumprimento do contrato? Até quando os nossos autarcas vão continuar vergonhosamente submissos à AMP?
Eu sei que a preocupação neste momento do presidente da AMP tem sido a condenação por peculato e consequente perda de mandato…, mas isso é outro assunto!
Oliveira de Azeméis não foi exceção a toda esta bandalheira que deixou muitos dos nossos alunos apeados, trabalhadores que chegaram atrasados aos empregos, doentes que falharam consultas por incompetência de terceiros e que agora terão de aguardar mais uns meses pela próxima vaga nos serviços de saúde.
A inércia e a passividade do presidente da nossa autarquia deixam muito a desejar face ao enorme desrespeito que a empresa de transportes tem pelos utilizadores.
Era suposto a empresa UNIR as populações, mas a única coisa que foi capaz de UNIR foi todos os utilizadores num coro de críticas!
* Presidente da Comissão Política Concelhia do CHEGA