27 May 2024
> Fábio Damas
Vamos dar início a mais uma época de combate a incêndios rurais e o nosso país ainda tem em memória recente, a catástrofe de Pedrógão.
O que foi feito depois disso? Estamos preparados para evitar outra? Muito foi melhorado, mas considero que existe ainda muito por fazer. Florestas abandonadas e matas por limpar, algumas delas do próprio estado.
O dispositivo deste ano conta, segundo a ministra da Administração Interna, com mais operacionais e menos meios aéreos relativamente ao ano transato, sendo 14.155 elementos, 3.173 meios terrestres e 70 meios aéreos durante a fase mais crítica, de 1 de julho até último dia de setembro.
Verificamos o aumento de operacionais, no entanto a força maior desse dispositivo que são os bombeiros voluntários vão continuar a combater com grande parte dos seus meios de combate obsoletos, completamente ultrapassados e sem segurança para os próprios. Todos sabemos que as associações de bombeiros dependem na sua maioria de donativos da população, dos seus beneméritos, mas infelizmente com a incapacidade financeira de aquisição de veículos modernos, sujeitam-se assim à compra de veículos usados com bastantes horas de trabalho, veículos esses que já foram descartados por alguns países europeus, como por exemplo a Alemanha e França. Mas para Portugal tudo serve, desde que as associações se desenrasquem e cumpram a missão e os incêndios rurais sejam extintos. Não são só os meios de combate que se encontram em mau estado, os equipamentos de proteção individual na sua maioria estão ultrapassados e fora de validade. Tudo isto é despesa, muitos encargos suportados pelo esforço e trabalho das direções dos bombeiros.
Para não falar do valor atribuído a cada voluntário na sua função de equipa de combate a incêndios rurais que pouco ultrapassa os 2 euros por hora, fora o reforço de operacionais do próprio corpo de bombeiros que vão a custo zero para os teatros de operações, exaustos, já por ter cumprido horário nos seus empregos.
CHEGA! Está na altura de investir, reconhecer o trabalho dos nossos voluntários. Eles merecem todo o respeito e consideração pela missão que desempenham.
Fábio Damas, Membro da Comissão Política Concelhia do CHEGA de Oliveira de Azeméis