8 Jul 2024
Manuel Almeida *
Depois de o presidente francês ter anunciado eleições antecipadas no rescaldo do grande desaire nas eleições europeias, que ilações podemos tirar dos resultados das legislativas obtidos nestas duas voltas? França caminha para uma ingovernabilidade?
Se na primeira volta o partido Rassemblement National obteve um excelente resultado, na segunda volta o mesmo não se verificou, apesar do enorme crescimento e de ter sido o partido que mais lugares conquistou face às legislativas de 2022 passando de 89 para 143 deputados eleitos. A Nova Frente Popular, uma união de partidos de esquerda e extrema-esquerda, passou de 131 para 182 deputados e o partido liberal de Macron passou de 244 para 168 deputados, perdendo 76 deputados na assembleia francesa.
Com estes resultados, nem a direita nem a esquerda conseguem governar tranquilamente o que levará a França a novas eleições no próximo ano. Disso não tenho dúvidas!
Mas, a política não se faz só de números e fiquei enojado ao ver que os “adeptos” da esquerda francesa, reagiram à derrota que tiveram na primeira volta, manifestando-se e vandalizando património público e algumas lojas em Paris e noutras cidades francesas. Após serem conhecidos os resultados da segunda volta, os mesmos “adeptos” celebraram a vitória da união de partidos de esquerda, vandalizando novamente património público e privado em várias cidades francesas, e desvendando um pouco do que serão os próximos tempos em França.
Com tudo isto, arrisco-me a afirmar que a grande derrotada destas eleições é a própria França, que mergulha num caos governativo e social!
* Presidente da Comissão Política Concelhia de OAZ