23 Sep 2024
> Manuel Almeida
O concelho de Oliveira de Azeméis viveu na última semana mais uns dias de sobressalto, medos e receios, assim como uma boa parte do centro e norte do país.
É hora de nos unirmos, de fazermos um verdadeiro levantamento das necessidades das populações afectadas e de prestarmos todo o apoio necessário para que possam continuar com as suas vidas dentro da normalidade possível.
Mas também é altura de olharmos para o que aconteceu e percebermos o que correu mal na prevenção, no combate, na logística e na distribuição de meios pelos diferentes pontos, mas é na prevenção que me vou focar.
Em 2021 foi criado um mapa que identificava as zonas de maior risco e que exigia maior actuação das autarquias, inserido na Carta de Perigosidade de Incêndio Rural, mas que a pedido de muitas autarquias, nunca entrou em vigor, e nesta última semana, de toda a área ardida, mais de 80 mil hectares estão situados nas zonas de alto risco identificas na Carta de Perigosidade de Incêndio Rural, o que me leva a dizer que o desleixo é total.
Oliveira de Azeméis possui um Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil bem elaborado e bem escrito, mas que em boa verdade se diga, muitos dos objectivos lá mencionados não passam de meras palavras escritas em papel.
Ano após ano, todos reparamos na falta de limpeza de terrenos agrícolas e florestais, sejam eles privados ou estatais, sem que a autarquia tome uma posição assertiva para que tal não passe impune. A legislação existe, mas a falta de fiscalização e inércia das autoridades competentes é mais do que evidente.
Depois dos fatídicos incêndios de 2017 parece que governo e autarquias pouco ou nada aprenderam.
O município de Oliveira de Azeméis tem alguém que desempenha o cargo de Coordenador Municipal de Protecção Civil que poucos conhecem, poucos veem no terreno e pouco ou nada mostra fazer. Por exemplo em dois dos grandes eventos realizados no nosso concelho, nomeadamente as Festa de La Salette e Noite Branca, é gritante e preocupante a falta de organização e prevenção no que à segurança diz respeito, não existindo grandes facilidades aos nossos bombeiros caso tenham de socorrer algum cidadão que participe nestes eventos. Será que o nosso coordenador municipal de protecção civil conhece as alíneas A e B do nª1 do Art 2º da Lei 65? Não me parece!
Como em todas as profissões, quando não se cumpre escrupulosamente com as principais tarefas inerentes à função que desempenha, só existe um caminho a seguir: RUA!
Manuel Almeida, Elemento da Comissão Política Concelhia do partido CHEGA