27 Nov 2025
Manuel Almeida, Presidente da Comissão Política Concelhia do partido CHEGA
Opinião Política
O 25 de Novembro merece ser evocado com a clareza e a firmeza que a História impõe. Cinquenta anos depois, este não é apenas mais um marco no calendário nacional: é o dia em que Portugal evitou resvalar para uma nova forma de autoritarismo, salvaguardando o caminho democrático iniciado com o 25 de Abril. Sem esta data, a liberdade que hoje consideramos natural poderia ter sido capturada por projectos ideológicos que nada traziam de progresso ou pluralidade.
É inquietante verificar como, nas escolas e no debate público, este momento continua a ser lembrado de forma tímida, quase envergonhada, enquanto outras datas recebem uma atenção incomparavelmente maior. Esta omissão retira às novas gerações a compreensão do quão difícil foi consolidar um regime assente no pluralismo e no respeito pela vontade popular. O país esteve, durante meses, à beira de um confronto civil, pressionado por grupos que pretendiam substituir uma ditadura por outra, apenas de sinal diferente.
O 25 de Novembro restituiu autoridade ao Estado, devolveu centralidade aos partidos sufragados e travou uma deriva revolucionária que ameaçava esmagar direitos e liberdades. Foi a coragem dos militares, o sentido de responsabilidade de figuras como Ramalho Eanes e Jaime Neves, e a determinação de muitos portugueses que impediram que o país caísse nas mãos de um radicalismo de esquerda incapaz de garantir prosperidade ou estabilidade.
Hoje, ao celebrarmos esta data, não nos limitamos a rever o passado. Reafirmamos que a democracia exige vigilância constante e que qualquer tentativa de reescrever a História, de minimizar o que aqui se decidiu ou de silenciar forças políticas legitimadas nas urnas, representa um ataque ao espírito do próprio 25 de Novembro. Defender esta memória é defender o direito a discordar, a escolher, a debater e a construir um país livre de imposições ideológicas.
Neste 25 de Novembro, recordamos aqueles que ergueram Portugal num momento decisivo e renovamos o compromisso de preservar a liberdade que nos pertence por direito, mas que não nos foi dada sem coragem nem sacrifício. Hoje como ontem, a democracia exige firmeza. Hoje como ontem, Portugal diz não ao comunismo e sim à liberdade.