15 Apr 2025
> Manuel Almeida
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024 expõe, com crueza, aquilo que muitos
portugueses já sentem na pele: o país está mais inseguro, mais vulnerável e entregue a si próprio. Os 14.385 crimes violentos e graves registados, um aumento de 2,6%, são o resultado direto de anos de desgoverno, desleixo e irresponsabilidade política.
A delinquência juvenil disparou 12,5% entre os 12 e os 16 anos. É o retrato de um Estado falhado que
abandonou a escola pública, desfez a autoridade familiar e virou costas aos portugueses. Quando crianças cometem crimes, a culpa não é só do “meio”, é também de quem governa e permite que tudo apodreça em silêncio, sem coragem para enfrentar a realidade. As escolas deixaram de ser santuários de aprendizagem e passaram a ser territórios hostis.
O aumento de 6,8% nos crimes em ambiente escolar mostra um Estado ausente, refém da ideologia e do medo de aplicar disciplina. É o caos instalado com a bênção dos sucessivos governos, que optaram por não tomar medidas eficazes para combater a violência no seio da educação.
A criminalidade sexual cresce de forma revoltante: mais 49 violações, dezenas de casos de abuso de
menores, pornografia infantil. E o que faz o poder político? Relatórios, discursos vazios e promessas que
já ninguém leva a sério. A resposta é sempre a mesma: a política da inação, do conforto e da omissão,
perpetuando o sofrimento das vítimas.
Esta escalada da criminalidade não é inevitável. É construída, dia após dia, pela negligência de quem devia governar. Os últimos governos falharam na prevenção, na autoridade e na justiça. Falharam porque optaram pela cobardia política, pelo politicamente correto e pela desresponsabilização total.
Portugal precisa de mudar de rumo, e depressa. Ou continuaremos a pagar, em medo e em sangue, o preço da incompetência e da falta de ação eficaz por parte de quem deveria agir para proteger a população.
A insegurança que hoje vivemos é o legado de quem nos tem governado de olhos fechados.
Manuel Almeida, Presidente da Comissão Política Concelhia do partido CHEGA