Por Aveiro nada de Novo

Destaques Helena Terra

Helena Terra *

Agora que são conhecidas, oficialmente, as listas de candidatos à Assembleia da República pelo distrito de Aveiro, para mim, é quase um imperativo de consciência política “falar” sobre o assunto.
Vou deter-me, apenas nas listas apresentadas pelo Partido Socialista e pelo PSD, maquilhado de AD.
A lista apresentada pelos sociais-democratas é a lista esperada, dentro daqueles que são os padrões expectáveis daquele partido, o PSD. Tendo decidido Luis Montenegro não ser cabeça de lista pelo seu distrito, parece-me óbvio que o cabeça de lista fosse uma personalidade de Santa Maria da Feira. Emidio Sousa, presidente de Câmara durante 3 mandatos consecutivos e que estava a meio do último dos possíveis atenta a lei de limitação dos mandatos. A evidência desta escolha emerge de dois fatos incontornáveis: Santa Maria da Feira é o concelho do distrito com maior número de votantes e de votos e Emidio Sousa, das três vezes que foi a votos, ganhou as eleições com maioria, sendo que, nos dois últimos mandatos, em onze vereadores possíveis as listas por si lideradas conseguiram sete deles. A ele segue-se o presidente da Câmara de Vagos, também ele a meio do último mandato, a presidente da junta de freguesia de Esgueira, seguida do presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, nas mesmas circunstâncias dos dois primeiros. Em 5º lugar surge um militante de Castelo de Paiva, depois uma senhora militante de Águeda e em 7º lugar Paulo Cavaleiro de São João da Madeira. Percetível. A lista apresentada pelo PS dos candidatos pelo distrito de Aveiro é liderada pelo secretário-Geral do PS que é natural do nosso distrito. Quanto a isto, nada a objetar, antes pelo contrário. Os dois lugares seguintes são, ao que parece, cativos para o concelho de Aveiro, o quarto é para um “militante de mão” do Secretário-geral, um Estarrejense Lisboeta. No quinto lugar uma militante de Santa Maria da Feira. Em 6º lugar aparece um Aveirense Lisboeta e, em oitavo lugar o presidente da Comissão política concelhia do PS de Oliveira de Azeméis, Bruno Aragão.
Os números, assim como diz o anúncio publicitário, são como o algodão- não enganam. Por isso vamos a eles. Nas últimas eleições legislativas, Aveiro, o concelho que, agora, nos 6 primeiros lugares, tem 3 deputados teve um total absoluto de votos de 14 771 e um total percentual de 36,28%. No 4º lugar, um deputado em cujo concelho o PS teve o número absoluto de 5 012 votos e um total percentual de 40,87%. No 5º lugar o concelho da Feira que teve um total absoluto de 31 904 votos e um total percentual de 42,80%. No 8º lugar o concelho de O. Azeméis que teve um total absoluto de 15 786 votos e um total percentual de 44,88% dos votos; ou seja, até ao 8º lugar, que foi o lugar com que Oliveira de Azeméis foi premiado, fomos o concelho com a maior percentagem de votos no PS, nas últimas legislativas e o concelho premiado com maior número de deputados (três) foi o que obteve pior resultado percentual nas últimas legislativas. Que importância é que isto tem? Já percebemos, ao longo de vários atos eleitorais, que nenhuma. BASTA!
Quem é que está importado com isso? Não sei se mais alguém além de mim. Mas, há uma pessoa que, me parece, devia estar especialmente preocupada pela posição que ocupa e que está legitimada pelos votos dos militantes oliveirenses.
Em Oliveira de Azeméis, impõem-se uma reflexão urgente, por muitos e variados motivos. Em Aveiro, uma remodelação profunda. 
Percebam que pode ser o sistema democrático que está em causa! 
 

* Advogada

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