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Correio de Azeméis

4 Mar 2024

"PS e PSD perderam influência"

Destaques Política

Correio de Azeméis reuniu ex-deputados

A Azeméis TV/FM promoveu uma conversa que juntou os ex deputados oliveirenses à Assembleia da República. A primeira parte centrou-se na eventual perda de dois deputados oliveirenses à Assembleia da República. Após ouvir os seis ex-deputados há uma conclusão que é quase unânime: as comissões políticas concelhias dos dois principais partidos, PS e PSD, perderam poder de influência junto às comissões distritais e nacionais. Mas perderá Oliveira de Azeméis uma voz importante junto ao poder central? Foi essa a pergunta que serviu de mote para o lançamento da conversa.

“Eu não acho que o concelho esteja a perder importância. Acho é que a proximidade de Oliveira de Azeméis ao poder está um bocadinho diferente. Eu sei porque fui na lista, pela minha proximidade, não só à distrital, mas também à nacional. Neste caso, estou a falar de pessoas que na altura me diziam muito e que tinham muita influência e tudo isso ajudou a que eu tivesse sido eleito. Admito que hoje não haja essa proximidade. Eu não a tenho porque estou, digamos que na reforma e afastei-me naturalmente, porque se andasse ainda teria essa proximidade. Mas nunca senti que houvesse, da parte do concelho, uma perda de importância para não serem chamados para os primeiros lugares das listas de deputados. A política tem peso, mas as relações pessoais, e estou a falar por mim, pesam muito”. 

Comendador Casimiro Almeida, ex deputado pelo PSD

 

“Esta questão da importância é relativa. O peso de Oliveira de Azeméis ninguém o tira. Quer a sua vocação exportadora, o número de habitantes, o número de eleitores. Temos que saber lidar com as questões partidárias, como o relacionamento da comissão política distrital, posicionamentos anteriores, as lideranças dos partidos, uns mais próximos do que outros. Do ponto de vista socioeconómico, costumo dizer que Oliveira de Azeméis é um diamante por lapidar, temos muito mais valor do que aquele com que olham para nós. Temos um potencial enormíssimo,  Oliveira de Azeméis está todos os dias em casa de todos os portugueses. Agora, se isto depois é reconhecido pelo poder político, sou franco, muitas vezes não é. Quer o Bruno Aragão quer a Helga Correia fizeram um bom trabalho. Não deixamos de ter deputados pelo seu trabalho. Pelo contrário, merecem o nosso agradecimento. Eu acho que quer os diretórios nacionais da Aliança Democrática quer do Partido Socialista não trataram bem Oliveira de Azeméis. Oliveira de Azeméis merecia outro tratamento”.

Hermínio Loureiro, ex deputado pelo PSD

 

“É prematura esta discussão de estar a dizer que não vamos ter representação. Não sabemos. Até poderemos ter dois deputados eleitos por Oliveira de Azeméis, não diretamente, mas é possível. É óbvio que eu preferia que o nome de Oliveira de Azeméis, que é o Nuno Pires, estivesse num lugar mais digno e que melhor representasse Oliveira de Azeméis. Bati-me por isso, não fiquei agradada com o lugar que lhe  foi destinado, nos órgãos próprios fiz valer a minha discordância e protesto. Mas também lhe digo que a lista que a Aliança Democrática apresenta pelo ciclo de Aveiro é atípica, não é uma lista que tenha seguido os padrões das eleições anteriores, porque nesta lista contou muito menos o peso de cada concelho e contou muito mais o peso da personalidade que vai na lista. O peso de Oliveira de Azeméis é incomparável, é o terceiro concelho a nível de Aveiro a nível de eleitores com um peso comercial elevadíssimo e que pela representatividade territorial e empresarial deveria ter alguém em lugar  mais representativo de eleição direta para a assembleia da república. Mas se verificar esse cenário de não termos nenhum deputado eleito, não vejo que o concelho de Oliveira de Azeméis seja prejudicado por isso.” 

Carla Rodrigues, ex deputada pelo PSD

 

“Eu concorri às eleições legislativas em 1995, eu era o oitavo da lista e ganhei as eleições no concelho.A projeção que Oliveira de Azeméis teve, independentemente de um ser diretamente e outro repescado, o resultado foi o mesmo. Depende de uma coisa, do espírito que os eleitos pelo distrito sejam capazes de querer dar ao distrito no seu todo. Em Oliveira de Azeméis, em 1995, era uma necessidade porque havia muita coisa por fazer. O bairrismo levou-nos naquela altura a debates internos por coisas que Oliveira de Azeméis precisava, como as escolas de Carregosa e Pinheiro. Oliveira de Azeméis não estava no mapa político e só passou a estar em 1995. Se o governo que está lá é do seu partido,  então consegue fazer, se o seu partido não está no governo é como pregar num deserto. Eu não estou pessimista. O que importa é o que é que a  força que vai ganhar quer para Oliveira de Azeméis e para o distrito de Aveiro, porque não adiante ter deputados daqui se a força que estiver lá não quiser fazer. É minha convicção de que o trabalho desenvolvido pelo Bruno Aragão foi muito bom, mas às vezes não são os melhores que vão, são os mais dinâmicos os que realmente querem”. 

Manuel Francisco Valente, ex deputado pelo PS

 

“Nós se calhar temos vindo a perder alguma importância, nós partidos políticos, não concelho de Oliveira de Azeméis. Há uma garantia, a de que teremos um primeiro-ministro de Aveiro, já é qualquer coisa. Não acho que o concelho esteja a perder importância, pelo contrário. Acho é que as estruturas partidárias concelhias, de ambos partidos, têm vindo a perder importância quer junto das suas distritais quer das suas comissões nacionais. É importante a afirmação no nosso território do PS. O que eu vou dizer, não é para ninguém me levar a mal, mas numa altura em que desde que eu me lembro, o PSD de Oliveira de Azeméis vive, provavelmente, a maior crise que conhecemos do ponto de vista interno este era um dos motivos a acrescer a todos os outros para que o PS se impusesse e isso não tem vindo a acontecer. Seja quem for que ganhe as eleições, uma coisa é certa, teremos um primeiro-ministro de Aveiro e espero que saibam  escolher um governo de gente que faz, não de gente que tem por título ser ministro do ministério. A,B ou C. 

Helena Terra, ex deputada pelo PS

 

“Eu diria que efetivamente os tempos têm mudado e essa magistratura de influência é exercida de forma diferente, porque talvez há muitos anos essa magistratura de influência tinha muito que ver com aquilo que era o perfil dos candidatos o peso que tinham nas suas regiões, até o lugar que ocupavam, serem industriais ou autarcas conhecidos. Hoje em dia é um bocadinho diferente e não há dúvida de que as lógicas partidárias que subjazem aquilo que é a decisão estão muito alicerçadas naquilo que são as relações pessoais, também. Eu revejo-me absolutamente naquilo que a Carla disse em relação à lista que a AD apresentou. Naturalmente que Oliveira Azeméis acha que por direito próprio merecia um lugar de maior destaque. Todos achamos que OAZ, pela qualidade dos deputados que tem, pelo trabalho que realizaram, pelo peso eleitoral que tem no distrito, pela capacidade exportadora,pelo contribuinte nacional que é em termos económicos, merecia isso. Mas é verdade que municípios como Estarreja ou Ílhavo, se essa fosse a única lógica subjacente à elaboração de uma lista , nunca teriam lugar e isso tudo é menos do que assegurar a representatividade.”

Inês Lamego,ex deputada pelo PS

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