22 Jul 2024
Debates - Politicamente Correto Concelho
Partidos concordam que o edifício deverá continuar a ser uma referência e a pertencer a todos os oliveirenses
> Tema em debate no programa politicamente correto
Nesta edição do programa ‘Políticamente Correto’, os partidos com assento na Assembleia Municipal, Bruno Aragão (PS), Pedro Marques (PSD), Constantino Tavares (CDS-PP), Manuel Almeida (CHEGA) e Alcino Martins (BE), debateram o futuro dos Paços do Concelho e o nascer do quase concluído Fórum Municipal, que albergará grande parte dos serviços municipais.
As propostas dos partidos para o futuro dos Paços do Concelho. “Eu, sinceramente, não acredito que o presidente da câmara deixe essa decisão para os oliveirenses. Acho que desde sempre conheci aquele edifício como o edifício da câmara.Agora, penso que podia ser um espaço dedicado à cultura. Temos agora, a Feira do Livro, que poderia ser lá.
Podia ser um museu também, uma vez que o nosso não tem grandes condições, ou uma biblioteca com um bar onde a pessoa fosse lá tomar um café e ler um livro cá fora numa esplanada.Pode ser qualquer coisa, desde que seja um edifício que esteja disponível para os oliverenses, e público em geral.”
Alcino Martins, BE
“Os Paços de Concelho é uma coisa identitária da nossa comunidade. E deve continuar a ser. Os serviços podem mudar, por uma questão de pagarem menos rendas e de terem menos despesas, no entanto a nossa câmara municipal, deveria manter-se naquele sítio. É a nossa praça de referência, identitária com o nosso coletivo. Não estou a ver mais nenhum sítio que possa oferecer essa mesma realidade.
Às vezes devemos pensar de forma diferente e abrir os horizontes para coisas novas, mas existem outras coisas que nós podemos e devemos preservar.”
Constantino Tavares (CDS-PP)
“Penso que o presidente da câmara e o executivo todo estão a ‘tirar um bocadinho a água do capote’ ao colocar pressão em cima das outras pessoas para escolherem os destinos dos Paços do Concelho. Aquilo que nós sugerimos, para este espaço seria um museu com uma escola de artes e ofícios integrada, por exemplo. Existe um déficit nesta matéria. Penso que isso já foi falado aqui há uns anos, mas depois caiu no esquecimento.
Depois e tendo em conta o feedback que nos vão dando na rua, se as pessoas quiserem contactar um vereador ou quiserem contactar um deputado municipal para uma reunião tranquila e privada, não têm qualquer sítio. Achamos por isso que um ou dois gabinetes deviam ser destinados para esse fim. Já que apelamos tanto à proximidade entre políticos e cidadãos.”
Manuel Almeida (CHEGA)
“Aquele edifício será talvez, a par da imagem que nós temos do vitral da Capela de La Salette, as duas imagens mais fortes, mais identitárias, do concelho de Oliveira da Azeméis. Aparecem em muitos postais, em muitos livros e em muitas ilustrações. São edifícios icónicos e aquilo que nós fazemos em edifícios icónicos obriga-nos a alguma cautela maior. Portanto, acho que a solução a que se chegar para aquele edifício, para mim, passaria sempre por essa dimensão simbólica de poder, de identidade que aquele edifício, por si, já tem. Gosto da reflexão de que aquilo pode ser um espaço também dedicado, no fundo, ao poder autárquico, e, portanto, com as diferentes valências do poder que lhe está associado.”
Bruno Aragão (PS)
“Os Paços do Concelho são o edifício mais emblemático neste momento em Oliveira de Azeméis. É claramente o edifício que está mais bem localizado, mas sempre foi mal aproveitado.
De facto, olhar para aquele edifício e transformá-lo numa coisa que não seja o edifício identificativo da cultura quase ancestral dos oliverenses, é um erro. Estamos a falar de um local que pode claramente ser a porta de entrada de Oliveira de Azeméis. Independentemente do que lá esteja, aquilo tem que ser identificativo de que é um espaço de democracia. Podemos pôr lá um salão nobre para receber as entidades oficiais, para receber, eventualmente, até as assembleias municipais. Mas, tem que se ter um salão nobre de recepção dos nossos visitantes. A nossa arte estar lá. O nosso passado estar lá. Acho que, de facto, deviam estar lá as peças que identificam a nossa história, numa forma de museu.”
Pedro Marques (PSD)