Recuperar a 'Feira do Artesanato' pode ser equacionado

Concelho

Joaquim Jorge, no seguimento da afirmação ao Correio de Azeméis (pág. XVII) da presidente dos Artesãos de Terras de Santa Maria, Alexandra Fernandes, que referiu sentir que se "tem vindo a assistir a um desinteresse geral" relativamente ao artesanato, afirmou que "vamos procurar que o artesanato tenha uma presença mais forte", podendo equacionar a sugestão de Alexandra Fernandes de retomar a 'Feir

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As maiores festas do concelho arrancaram este domingo. Até ao próximo dia 12, ‘As Festas em honra de Nossa Senhora de La Salette’ serão o centro das atenções.

No domingo, ao final da tarde, a Azeméis TV/FM promoveu um painel que reuniu Joaquim Jorge, presidente da câmara municipal, Manuel Peixoto, presidente da ‘Associação de Festas de La Salette’, Manuel Alberto, presidente da União de Freguesias de Oliveira de Azeméis e Francisco Silva, presidente da FAMOA. 
Os presentes debateram a ligação do Parque La Salette ao centro da cidade, a vontade de aumentar a dimensão das festas, as tradições, o cartaz deste ano, associações, a parte religiosa da festa e ainda a dificuldade de atrair as gerações mais jovens para a Associação de Festas.

Antigamente “havia mais febre” pelas festas. “A diferença é grande, porque naquela altura não havia o que há agora. Tínhamos aqui a festa, era ainda aquelas barraquinhas a vender o barro e isso tudo. (…) Havia [mais febre], porque também não havia tantas festas, não havia tanta deslocação. Hoje uma pessoa tem um carro desloca-se com mais facilidade para qualquer lado para ir a uma festa. Mas ainda há quem tenha o gosto, a fé, pela festa da Nossa Senhora da Salette e pela Procissão das Velas e do Triunfo.”
Manuel Peixoto, presidente da ‘Associação de Festas de La Salette’

“A dimensão religiosa é a dimensão que traduz a verdadeira essência da festa”. “É evidente que ambas as dimensões são importantes. A dimensão religiosa é a dimensão que traduz a verdadeira essência da festa. Estas festas são festas em honra de Nossa Senhora de La Salette, não são em honra de mais nenhuma coisa e, portanto, nós não podemos esquecer a sua origem, a sua matriz e é essa que nós temos a obrigação de preservar. Mas é evidente que todas as outras dimensões contribuem para aquilo que é a perceção que as pessoas têm sobre o evento. E é muito importante termos uma noite de fados, é muito importante termos uma noite de folclore, porque tudo isso é a identidade, a identidade desta terra. (…) Nós temos dois momentos que são particularmente marcantes, dois momentos onde é afirmada a fé e a religiosidade dos oliveirenses e a devoção dos oliveirenses à Nossa Senhora de La Salette, que são precisamente a Procissão das Velas e a Procissão do Triunfo. E esses é que são dois momentos, na minha opinião, absolutamente ímpares e que caracterizam sobremaneira a importância destas festas.”
Joaquim Jorge, presidente da câmara municipal

“Gostaríamos que as festas adquirissem uma dimensão regional”. “Nós não temos dúvidas nenhumas sobre a importância destas festas para criar relação e proximidade, para aproximar os oliveirenses e criar aqui momentos de grande convívio porque é isso que acontece durante todo o programa das festas. Agora, o que nós gostaríamos é que as festas não fossem alavancadas apenas pela presença dos oliveirenses. Não estou a dizer que gostaríamos que as festas se internacionalizassem, mas gostaríamos que as festas adquirissem uma dimensão regional e até nacional mais forte, como temos com outros eventos que acontecem aqui na região. (…) Estas festas foram uma das maiores romarias da beira-litoral. Gostaríamos de recuperar alguma dessa dimensão, alguma dessa expressão. E, naturalmente, estamos a trabalhar com a associação de festas para o fazer".
Joaquim Jorge, presidente da câmara municipal

“As festas não podem, por si só, dinamizar uma cidade”. “A pergunta é muito complexa e, de facto, eu como autarca, aquilo que posso dizer é isto. As festas de La Salette não podem, por si só, ser a solução para este problema complexo, que é, de facto, dinamizar uma cidade. A cidade, obviamente, que precisa de respostas gastronómicas e precisa de momentos importantes para atrair pessoas, mas precisa fundamentalmente ao longo do ano, não é de umas festas que naturalmente este tipo de negócio funciona. A cidade está-se a reconstruir, penso que toda a gente tem noção disso, o esforço que tem sido feito nos últimos anos tem sido significativo. Obviamente há muita coisa a fazer ainda, aspetos relacionados com mobilidade, e há um plano de mobilidade que nós sabemos que está a ser estudado e que vai ser implementado, e isso faz com que as pessoas se sintam atraídas.”
Manuel Alberto, presidente da União de Freguesias de Oliveira de Azeméis

Cartaz não perdeu qualidade. “O nosso cartaz, mediante as nossas possibilidades, acho que não está mau, mas claro que há terras que fazem cartazes de festas valiosos, mas eu acho que não perdeu. Uma ou outra coisa que possa ter havido ali, podia ter mais um artista ou outro, mas hoje em dia é impossível. (…) este ano, temos todos os dias Djs. Porquê? Porque eu notei que quando o artista acabava, as festas acabavam, só ficava a trabalhar as farturas. Era assim, o pessoal ia embora ou ia para as farturas. E por isso foi uma das razões pela qual pusemos todos os dias DJ’s para ver se prende aqui mais um bocado.”
Manuel Peixoto, presidente da ‘Associação de Festas de La Salette’

A presença do associativismo nas festas. “O associativismo em Oliveira de Azeméis tem respondido nas mais diversas áreas, sejam elas recreativas, culturais, desportivas e até mesmo religiosas, que têm um papel importantíssimo e de extrema relevância na sociedade oliveirense. E naturalmente que as festas de La Salette já contam há uns anos esta parte, com alguns desafios numa área mais específica, que seria a área dos bares, com algumas associações que vão participando e inclusive já fazem parte da moldura tradicional das festas. E ainda bem que assim é, e que estas forças vivas o conseguem fazer, e têm esta capacidade, que é também prolongar a festa e criar espaços de convívio, que no fundo umas festas são isso mesmo, são um espaço de celebração e de convívio.”
Francisco Silva, presidente da FAMOA


A dificuldade de as associações arranjarem pessoas em Agosto. “Sabemos que estamos em pleno Agosto, portanto as nossas associações trabalham, e aqui em Portugal, Agosto é o mês de férias. E, efetivamente, aqui as associações não têm dúvidas que têm essa dificuldade, que é o facto de já terem um plano de atividades fortíssimo. Isto naturalmente são estruturas que, daquilo que aparentemente se vê, são poucas pessoas, mas são muitas pessoas que têm que trabalhar nisto para criar esta realidade. Não deixa de ser um desafio interessante criar mais uma oportunidade para aqueles que tenham essa disponibilidade e essa capacidade claramente instalada, mas tenho noção que, e temos todos a noção, é um mês delicado no que se refere a recursos humanos.”
Francisco Silva, presidente da FAMOA

“No futuro, o Parque La Salette ficará no centro da cidade”. “Eu percebo esta permanente preocupação de fazer uma ligação do Parque La Salette à cidade, mas hoje, e tendencialmente será isso que acontece no futuro, o Parque La Salette ficará no centro da cidade. Hoje há um grande ímpeto de construção nesta zona da cidade e que vai continuar a acontecer nos próximos anos. Não tenho dúvidas rigorosamente nenhumas que os centros, e é assim que as cidades são construídas, são com várias centralidades, com centralidades difusas, que criam determinadas dinâmicas em determinados pontos da cidade.”
Joaquim Jorge, presidente da câmara municipal

“Seria um homem feliz se tivesse essa fórmula”. “Seria um homem feliz também se tivesse essa fórmula [ligação parque à cidade]. Não é fácil a disposição digamos assim da cidade e a forma como ela está separada, apesar de estar a pouca distância, porque as barreiras físicas que existem são de facto significativas. Não é fácil ultrapassá-la sem grandes investimentos. É óbvio que é possível fazer, mas é preciso grandes investimentos em infraestruturas que possam dar a sensação e o sentido real de que essa proximidade está de facto feita. Por isso, obviamente o sr. presidente da câmara tem pensado seguramente muito nisso, porque isso é um aspeto que naturalmente nos traria qualidade de vida e traria fluxos de deslocação de um espaço para o outro, mas, como eu digo, se eu tivesse essa fórmula era um homem feliz.”
Manuel Alberto, presidente da UF de Oliveira de Azeméis
 

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