Resumo da conversa que RUI TAVARES (LIVRE) teve com os sócios da ANIR

Legislativas 2025

“Se nós não ajudamos o jornalismo a passar por esta fase, [assistiremos à] morte da democracia junto com a morte do jornalismo”

A Associação Nacional de Imprensa Regional reuniu com o líder do partido Livre, Rui Tavares. Na videoconferência estiveram presentes vários meios de imprensa regional e local de todo o país.

“Os jornais têm uma história em papel e que o próprio país tem um interesse em manter”
[18:50 – 19:21]

“Nas conversas que tivemos com o Governo, eu achei que era importante que o Livre se distinguisse por fazer uma defesa do jornal em papel. Não contra o digital, mas porque achámos que as medidas do Governo estavam todas muito lançadas para as assinaturas digitais e para uma modernidade, que é importante, mas esquecendo que os jornais têm uma história em papel e que o próprio país tem um interesse em manter uma fileira do papel”

Fundo de maneio para as escolas comprarem jornais
[20:16 – 20:38]

“Não seria assim tão caro as escolas terem fundo de maneio para que os professores de português, história, jornalismo e por aí fora comprassem jornais e revistas, levassem para as turmas e que fosse a primeira coisa que os alunos manuseassem quando chegassem às aulas. E que estes jornais e revistas pudessem ser utilizados para projetos da própria escola”

“Ajudar a imprensa a passar por esta fase complicada”
[21:50 – 22:20]

“No próximo mandato vamos continuar a insistir nisso, porque me parece que cuidar da imprensa, e incentivar e ajudar a imprensa a passar por esta fase complicada em termos de encontrar o seu modelo de negócios, em boa medida tem a ver com criar paixão, criar um vínculo afetivo. E isso faz-se de várias maneiras, cada pessoa tem a sua maneira de criar esse vínculo afetivo, mas certamente o papel é uma aposta importante”

Os apoios ao jornalismo
[22:20 – 23:42]

“O Livre apresentou propostas que até fizeram o seu caminho no Parlamento em relação a mecenato jornalístico e em relação ao jornalismo sem fins lucrativos. Esta é uma área que tem tido grande crescimento em países à volta do mundo, nomeadamente em países grandes de âmbito federal, como o Brasil ou os Estados Unidos.(…) No Brasil foi feita a legislação para possibilitar a criação de fundos de apoio ao jornalismo não lucrativo. E, claro que são países que podem ter outras tradições diferentes em termos de mecenato, mas não há razão nenhuma para que ao nível nacional e europeu nós não façamos também essa aposta. Porque há fundações, entidades públicas, universidades, câmaras municipais que podem querer apoiar o jornalismo e que devem ter estruturas legalmente consagradas (…) que possibilitem, por exemplo, que quando uma câmara municipal ou uma comunidade intermunicipal ou uma região, no caso dos Açores e da Madeira, querem apoiar o jornalismo, que o façam através de estruturas que permitam a neutralidade desse apoio, que é aquilo que não acontece muitas vezes”

[24:48 – 25:48]
“Nós sabemos que o jornalismo tem um papel essencial a desempenhar na luta contra a corrupção, na fiscalização dos poderes democráticos. Quando não há um jornal, isto vê-se nos Estados Unidos onde têm desaparecido jornais até estaduais, ou de grandes cidades que são capitais estaduais e, portanto, já não é só o Mayor que não é fiscalizado, é o governador do Estado, muitas vezes nos estados menores, que já não é fiscalizado. Bem, isto é grave para a nossa democracia. Grandes problemas de corrupção que poderiam ser identificados a tempo, passam entre os pingos da chuva. Então, nós, precisamente com os apoios ao jornalismo sem fins lucrativos, podemos ajudar à profissionalização, a criar títulos de imprensa nos lugares que já não os têm e, acima de tudo, a garantir que aqueles que existem e que fazem o seu trabalho o possam fazer com mais robustez e que não desapareçam do mercado”

[26:51 – 27:27]
“Se nós não ajudamos o jornalismo a passar por esta fase em que está indeterminado o seu modelo de negócios, o que pode acontecer é que haja uma morte da democracia junto com a morte do jornalismo. É este o risco que estamos a passar e infelizmente já não é um risco meramente teórico. Nós vemos numa série de países que eram considerados democracias plenas ainda há uns anos, deixaram de ser democracias plenas e alguns deles aproveitaram-se da morte da imprensa e outros causaram, não é, de morte matada o fim de muitos títulos de imprensa”

https://drive.google.com/drive/folders/1GHh7znGw4VRS0eibm113CMB4MKfk6MB1?usp=sharing

As ideias do Livre para o país
Rui Tavares, líder do Livre, durante videoconferência promovida pela Associação Nacional de Imprensa Regional (ANIR), com os vários meios de imprensa regional e local revelou em 1ª mão, algumas das opções do partido para as próximas eleições legislativas.

As Escolas Solares
[38:43 – 39:52]

“Eu acho que há uma[medida] muito interessante que tem a ver com um programa que nós chamamos Escolas Solares, ou Escolas Vivas. Basicamente a ideia é transformar as nossas escolas desde logo do ponto de vista energético. Que cada escola seja positiva em termos energéticos, isso quer dizer, investir para que cada escola produza mais energia do que aquela que consome. Painéis solares, eventualmente mini-eólicas, optar em utilizar o espaço disponível nas escolas, nos edifícios das escolas e o espaço exterior, para que elas produzam energia que possa ser injetada na rede, mas que também permita que em torno dessas escolas, selecionadas caso a caso, se possam estabelecer as chamadas comunidades de energia. O Livre, como partido ecologista que é, defende muito que nós tenhamos uma rede de produção e de distribuição de energia que seja muito dispersa. Porquê? Porque isso é mais forte do ponto de vista da resiliência e da nossa autonomia estratégica”

Produção local para as cantinas escolares
[40:41 -  41:51]

“Por exemplo, na produção local. Nós sabemos que as cantinas escolares estão muitas vezes limitadas por legislação e por fiscalização, até do Tribunal de Contas, que leva a ir sempre pelo produto mais barato, que não é sempre o mais saudável para os nossos filhos e filhas. (…) Nós queremos que a questão da alimentação nas escolas esteja muito ancorada na realidade local e no próprio projeto pedagógico, ou seja, que sirva para os miúdos visitarem os produtores locais, que sirva para os produtores locais produzirem de forma sustentável, saudável, biológica, para fornecer às próprias cantinas escolares. E que as cantinas escolares também sejam integradas no projeto pedagógico. Há muitos professores que têm vontade de fazer isto, há muitas direções de escolas que têm vontade de fazer isto, mas que muitas vezes têm que justificar os seus custos ali, euro a euro, e têm que ir pelo mais barato, mesmo que isso não seja mais interessante do ponto de vista pedagógico”

Formação para obter a nacionalidade portuguesa
[42:13 – 43:18]

“A imigração é uma realidade no nosso país, pode é ser mal gerida ou bem gerida, nós queremos que ela seja bem gerida. Isso significa também haver espaços de encontro para que os imigrantes possam ser integrados, ter aulas de português que têm a ver com a introdução ao próprio Estado português, como Estado de Direito, com a sua separação de poderes, com a sua legislação, e que as pessoas, por exemplo, que queiram obter a nacionalidade portuguesa possam passar por um momento de formação que também existe em muitos países, e eu conheço gente que adquiriu a nacionalidade dos Estados Unidos, ou da Bélgica, ou do Reino Unido, e naquele momento de adquirir a nacionalidade dizem, “olha, foi mais comovente do que aquilo que eu pensava. Afinal, eu estou ligado ao país que me acolheu e gostei de fazer o teste para adquirir a nacionalidade” e eu acho que pode fazer sentido pensar isso nesses termos em Portugal. Fala-se muito que os imigrantes têm que respeitar a nossa cultura, mas para isso temos que nós nos dar o respeito e temos que nós valorizar a nossa cultura e querer transmiti-la, que é uma coisa de que se fala muito menos”

Abrir as escolas à comunidade
[43:26 - 43:57]

“O Manuel Banza, que é nosso assessor na Câmara Municipal de Lisboa, fez uma tese de doutoramento sobre a utilização de escolas durante os fins de semana, em Barcelona. Serve para fazer mercados de bairro, serve para fazer torneios de desporto local, serve como utilização para refúgios de calor quando temos as alterações climáticas, ou seja, há de ter todo um trabalho com o Ministério da Educação para que as escolas se abram à comunidade em todos estes planos de que eu vos falei”

Portugal como “uma espécie de elite de serviços euro-atlântica”
[48:35 – 49:21]

“Nós acreditamos na economia do conhecimento. Achamos que Portugal pode descarbonizar e ao mesmo tempo incorporar tecnologia, incorporar conhecimento na sua produção e acreditamos que Portugal, dado o facto de ter esta qualificação da força de trabalho, ter a posição geográfica que tem, ter as ligações à Europa e à lusofonia que tem, ter as ligações à diáspora que tem, pode mesmo estabelecer-se como uma espécie de elite de serviços euro-atlântica. Isso é perfeitamente possível fazer, inclusive até nesta fase de guerra tarifária em que estamos, em que muitas empresas vão estar à procura, empresas europeias, de como diversificar as suas exportações, e podem ter um pé aqui em Portugal para ajudar com diversificação para a África ou para a América Latina”

Empresas “devem pagar parte da sua formação [imigrantes]”
[51:56 – 52:36]

“As empresas, acima de um determinado volume de negócios e acima de um determinado número de trabalhadores, devem pagar as aulas de português dos imigrantes que vão buscar. (…) Se precisam daqueles imigrantes para trabalharem, e estou a incluir nisto as plataformas. As Ubers e por aí fora. Elas ganham muito dinheiro, têm perfeitamente dinheiro para pagar as aulas de português. Evidentemente nós devemos fazer um esforço público na integração dos imigrantes, mas não é só o Estado que deve pagar, não é só o contribuinte que deve pagar. Se uma empresa beneficia e quer trazer trabalhadores imigrantes, então deve pagar também uma parte da sua formação”
 

https://drive.google.com/drive/folders/1yShJVrl79VR0hcURAuRWYdYDiLPUAk9I?usp=sharing

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