Silampos: uma história de 70 anos a pensar no futuro

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Há 70 anos, a empresa Silampos nasceu fruto de uma amizade entre o fundador Abílio Campos e Joaquim Silva, que travaram conhecimento através do Futebol Clube Cesarense. Unindo esforços, os dois empreendedores fundaram a empresa de louça e de alumínio em 1951. Os primeiros passos foram de “muito sacrifício”. Hoje em dia, a Silampos exporta para mais de 50 países e é reconhecida de forma nacional e internacional. “O meu pai [Abílio Campos] era um homem prático e com alguns estudos no colégio de Oliveira de Azeméis. Vivíamos no período do Estado Novo, onde haviam alguns obstáculos na industrialização”, contou o presidente do Conselho de Administração da Silampos, Aníbal Campos, em declarações ao Corrreio de Azeméis/Azeméis TV/FM. “O grande salto da empresa, em que a mesma se tornou conhecida em Portugal, foi no início dos anos 60 quando desenvolvemos a primeira panela de pressão no país”, descreveu. Para além do caráter inovador do produto em Portugal, a introdução da primeira panela de pressão no país foi acompanhada por um anúncio para a televisão. “Isso lançou a marca Silampos no mercado nacional”, realçou o empresário cesarense. Nos anos 70, a empresa introduziu a louça de axo inoxidável em Portugal e em 76 houve uma rutura social na empresa, uma vez que o fundador e pai, Abílio Campos, comprou a empresa ao ex-sócio. Nessa altura, Aníbal Campos e a sua irmã entraram nos negócios da família. “Não foram momentos fáceis, porque a empresa custou bastante dinheiro. Os juros eram de 20 por cento e, passado um ano, passaram a 40 e tal por cento; a dívida duplicou. Mas, com a colaboração e o empenho de todos os que cá trabalhavam, conseguimos superar e nos anos 80 dedicamo-nos à exportação”, contextualizou Aníbal Campos. Silampos exporta para mais de 50 países atualmente A empresa cesarense começou por conquistar o mercado da Argélia — um dos principais mercados da Silampos atualmente — com as panelas de pressão. Pouco tempo depois, a Silampos conseguiu penetrar dois mercados “difíceis” com a louça de aço inoxidável: Estados Unidos e Inglaterra, onde também introduziram o aço inoxidável com fundo térmico. “Em Inglaterra, os ingleses são muito conservadores e viviam, sobretudo, da louça de alumínio e de esmalte e, em pouco tempo, a Inglaterra tornou-se o nosso principal mercado. Foi um ponto de viragem muito grande, quer a introdução no mercado americano – que nos obrigou internamente e tecnologicamente a evoluir, dada a exigência requerida – e em Inglaterra, um mercado enorme”, disse Aníbal Campos, acrescentando que, para satisfazer os pedidos que chegavam, tiveram que aumentar a produtividade e investir de igual forma. A aquisição da empresa inglesa Nos anos 90, a empresa distribuidora, no principal mercado de Inglaterra, foi colocada à venda e a Silampos acabou por adquiri-la. “Foi um passo arriscado; era uma empresa que faturava muito mais do que a Silampos. Tivemos sempre a noção do risco mas sabíamos que era um passo extremamente importante para nós”, sublinhou Aníbal Campos. “Foi extremamente importante para a empresa, até porque com a globalização os mercados internacionais começaram a ser muito mais difíceis. O produto foi desvalorizado e a China e outros países asiáticos lançaram produtos a preços mais baixos e a empresa em Inglaterra era a empresa mais rentável”, descreveu o empresário cesarense, referindo que esta foi um “grande” suporte. “Tivemos a noção de que as vendas online iam mudar o panorama da distribuição há uns anos e vendemos a empresa na melhor altura. Foi um passo e permitiu-nos uma maior autonomia financeira para podermos investir hoje”, declarou. “Posso dizer que, hoje, poucas empresas se podem gabar de ter uma autonomia financeira acima dos 70 por cento. Em Portugal, não é vulgar”, comentou Aníbal Campos. “Quero perpetuar o trabalho que o meu pai deixou” Apesar do orgulho nos 70 anos de existência da Silampos, há algo que preocupa constantemente Aníbal Campos, assim como aos acionistas e aos colaboradores. “Quero respeitar a memória dos fundadores. Quero perpetuar o trabalho que o meu pai deixou; esse é o meu maior cuidado”, garantiu o empresário. O pai, Abílio Campos, faleceu aos 62 anos. “Eu tinha 38 anos e foram momentos dolorosos. Agora, a firma tem uma marca muito importante em Portugal e em muitos países por esse mundo fora”, concluiu. Aníbal Campos diz que aprendeu com o pai que é nos momentos difíceis que “se investe e se arrisca”. Investir mais na área da robotização é um desafio para a Silampos A empresa cesarense é fortemente automatizada e não tem descurado nos investimentos na área da robotização. A automatização é uma evidência na empresa há muitos anos, até porque foi um investimento “grande” nos anos 90. Como nos últimos anos a robotização tem sido modernizada, é nesse sentido que a Silampos pretende avançar para acompanhar a evolução do mercado. “O principal desafio é o investimento na área da robotização. Temos algum investimento, mas temos que melhorar os processos em algumas áreas”, considerou o empresário Aníbal Campos. Encomendas estão “fortíssimas” este ano A Silampos está com muitos desafios em mãos e a preparar o futuro em termos de distribuição. “Temos que o fazer como produtores mas sem prejudicar os nossos distribuidores. Temos que ter essa noção”, enfatizou Aníbal Campos. 2021 está a ser “um ano extremamente bom” para a Silampos, até porque a mesma tem uma carteira de encomendas “fortíssima”. No entanto, há um constrangimento que é comum a todas as empresas: a escassez de matérias-primas. Exportações da empresa entre os 50 e os 60 por cento Há 20 anos que o empresário e também presidente da direção da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos e Afins de Portugal, Aníbal Campos, alerta para a desindustrialização na Europa. No entanto, apesar de ter chamado a atenção para esta problemática, o cesarense mostrou-se otimista porque a Silampos exporta para mais de 50 países. “Dependendo dos anos, as exportações representam 50 a 60 por cento”, revelou.

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