Sinais dos novos tempos

Em tempos de opiniões sobre tudo e mais qualquer coisa, como cidadão livre achei que devia exercer também o meu sagrado direito de cidadania e opinião, e fazer a minha análise sobre o nosso {estado da nação} que vale o que vale, e serve para quem quiser que sirva.
Como a maioria dos portugueses fiquei {atordoado} com a subida nas últimas legislativas de um certo partido extremista, de cariz puramente populista, xenófobo e racista, embora o seu líder nunca o admita, e queira fazer passar a mensagem de salvador da pátria. Talvez seja tempo das nossas democracias liberais ocidentais fazeram uma mea culpa, uma profunda reflexão, reverem a matéria do que falhou, e reparar o que há que reparar, antes que o {cancro} ganhe metáfases pelo corpo todo, e ponham cobro a esta sinistra moda que alastra pela Europa, e que a história dos terríveis anos 30 do séc. passado não se repita no velho continente.
Está provado cientificamente que a mente humana, sobretudo a dos mais frágeis, quando manipulada por um guru de uma qualquer seita religiosa, ou um político demagogo e mentiroso, como é o caso, recusa-se a ouvir outras verdades que não as suas. Ele sabe perfeitamente que os políticos não são todos ladrões, corruptos e incompetentes. Que os imigrantes que cá estão dão mais do que o que recebem. Que também somos um país de forte emigração espalhada pelos pelos 4 cantos do mundo, também com filhos de toda a mãe, e falo com conhecimento de causa. Que a nossa segurança continua a ser das melhores. Também sabemos que históricamente não somos um povo racista, e que a maioria dos votantes nesta sinistra força política só o pode ter feito como voto de protesto, especialmente do eleitorado mais jovem. A propósito lembro que mesmo aqui houve uma viragem de 360°. Se após o 25 de abril de 1974 a moda da juventude da época, com a sua natural rebeldia própria da idade, era terem no quarto um poster do Che, Marx, Engels ou Mao e votarem à esquerda, mesmo que mais tarde mudassem, hoje parece que a moda é votar na extrema direita. Essa mesma juventude, que muitos chamam de geração Nutella, do sofá, que acha que só tem direitos e não obrigações. Que passa o tempo de tlm em punho, que não sai da casa dos pais, tudo reenvindica, mas pouco faz para melhorar a sua situação. Claro que há muitas e boas excepções. Mesmo considerando uma vitória de Pirro, com vencedor anunciado precipitadamente, para um governo talvez de curta duração, pois à hora que escrevo este apontamento ainda faltam eleger 4 deputados pela emigração, o que tecnicamente ainda podem alterar o nome do vencedor. Os resultados são o que são e devem ser respeitados por todas as partes. Se com 12 deputados, o tal partido, qual noiva oferecida, com quem ninguém quer casar, já tinha um comportamento pouco digno na Assembleia da Républica, agora com 40, onde só costuma falar o chefe, e os restantes aplaudem, bajulam e fazem número, esperamos que não faça da casa da nossa democracia um saloon do faroeste, com berrarias, insultos e até ameaças. Como amante da liberdade espero que esta ideologia com o tempo se dilua da mesma forma natural com que apareceu, como aliás já aconteceu com dois partidos portugueses bem mais importantes. A propósito quero lembrar que o seu colega Holandês Geert Wilders, também da mesma ideologia, vencedor das eleições de 22 de novembro de 2023 com 23.69%, passados 4 meses ainda não conseguiu encontrar noiva para o tal casamento governamental, porque será ?
 

 *Assinante Correio de Azeméis de Fajões