Em
Correio de Azeméis

26 Oct 2022

Sinistralidade Rodoviária e o desenho do espaço

Ana Isabel da Costa e Silva

Ana Isabel da Costa e Silva *

A Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANSR), a 15 de outubro de 2020, referia que a sinistralidade rodoviária é um dos mais graves problemas das sociedades atuais e um problema de saúde pública. A nível mundial é a primeira causa de morte nos mais jovens e a oitava para todas as idades

.Assim, segundo a mesma fonte, o desenvolvimento do Plano Estratégico de Segurança Rodoviária 2021-2030 – VisãoZero2030 - em alinhamento com a segunda década de ação das Nações Unidas, com a Declaração de Estocolmo, com a política de segurança rodoviária da Comissão Europeia 2021-2030, e com o Sistema Seguro, visa promover a melhoria da segurança da rede rodoviária municipal urbana, designadamente através da adoção, no país, de critérios uniformes no dimensionamento do traçado e ordenamento da envolvente dos arruamentos urbanos.

Por conseguinte, naquele documento, diferenciam-se duas vertentes relativamente à utilização do espaço das ruas: uma vertente mais vocacionada para o serviço de circulação e outra ligada à vivência do lugar. 

Por conseguinte, a avaliação do tipo de interações e conflitos possíveis determinam as velocidades máximas que podem ser praticadas em arruamentos, cuja análise deve, seguidamente, implicar uma abordagem holística sobre o desenho apropriado às valências do espaço público em determinadas circunstâncias.

Os arruamentos da nossa cidade são herdeiros de uma estrutura antiga. No entanto, há certas partes da cidade que estão a ser renovadas sem existirem critérios uniformes no dimensionamento e ordenamento da envolvente dos arruamentos urbanos. Há partes da cidade, onde havia margem para (re)desenhar em conformidade com o estabelecido no Plano Estratégico de Segurança Rodoviária, que ficam, irremediavelmente, comprometidas com a construção de novos edifícios, como acontece na Rua Professor António Costeira. Ali, os novos edifícios não se afastam o suficiente do espaço público, para garantir as valências necessárias ao espaço envolvente de uma escola, designadamente espaços para estacionar, com árvores, um passeio com um metro e meio de largura, no mínimo, com capacidade para albergar mobiliário urbano, como bancos e caixotes de lixo!

No centro da cidade, chamo a atenção para a ligação entre a Rua Dr. António Luís Gomes e a Rua António Bernardo, antiga Estrada Nacional EN1. O desenho do espaço público é, no mínimo, desastroso. As velocidades praticadas pelos automobilistas não são apropriadas para aquela parte da cidade. O facto de a Rua Dr. António Luís Gomes ter duas faixas de rodagem, no mesmo sentido, dá liberdade ao automobilista para aumentar a velocidade, com a intenção, inclusivamente, de ultrapassagem. 

Fazer o levantamento de todos os pontos críticos da cidade é uma urgência. Contudo, pensar em soluções ‘à la carte’ para cada uma delas é errado. Pensar no espaço público da cidade deve obedecer a uma análise atenta e acutilante e, posteriormente, deve propor um conjunto de soluções que devem ser pensadas de forma holística, integrada, perseguindo uma procura de identidade. 

E não é isso que vemos acontecer na nossa cidade...
 
   * Arquiteta de Oliveira de Azeméis
anadacostaesilva@correiodeazemeis.p

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