6 Nov 2023
Poço contaminado em Loureiro
O problema da contaminação dos poços de água em Loureiro, tem sido notícia no Correio de Azeméis nas últimas semanas. José Figueiredo Silva, morador na Rua Ângelo Alves Ferreira, na freguesia de Loureiro, foi o responsável por denunciar este caso e voltou à última reunião do executivo para apresentar um relatório da análise feita à sua água e denunciar, uma vez mais, o problema das vacarias.
José Silva apontou como principal culpado dos problemas de contaminação a vacaria que se localiza a poucos metros de sua casa. “Tenho de transportar água num trator, com uns bidons. Para mim isto é um problema grave”, começou por lamentar. Ao qual Joaquim Jorge, presidente da câmara municipal, interpelou de imediato e corrigiu: “não, este é um problema grave para nós, não é só para si. Não é apenas o senhor que está nessas circunstâncias”, disse.
“Neste caso em concreto já estamos a tentar arranjar uma solução tecnicamente para minimizar o problema. Mas, a resolução tem de passar pela freguesia toda, porque a freguesia tem esse problema. Não temos muitas vacarias nas freguesias do concelho, existem outras freguesias que infelizmente também ainda não têm água e saneamento, mas não tem esses problemas relacionados com a atividade agrícola que ali existe”, prosseguiu Joaquim Jorge.
Assim o edil referiu que estarão a estudar a possibilidade da viabilidade de ligação da água à Zona Industrial de Loureiro e tentar resolver o problema naquela zona onde vive José Silva. “Não existe solução imediata para o seu problema. Estamos a procurar através desta solução e estamos a fazer a avaliação técnica da possibilidade de isto acontecer com o concessionário, no sentido de tentar resolver pontualmente a situação, mas isto só se vai resolver quando se tiver a rede de água e saneamento”, explicou o presidente da autarquia.
A questão da vacaria
Quem também interveio foi o vice-presidente, Rui Luzes Cabral, natural de Loureiro, e que já tinha admitido anteriormente que conhecia “bem a situação”. Este, na intervenção que fez, revelou que “vai acontecer uma fiscalização conjunta de várias entidades, em novembro, para tentarem perceber a dimensão do problema”, disse, acrescentando ainda que “através da legislação foi permitido que um conjunto de vacarias pudessem ser legalizadas, obviamente que essa permissão tem de ocorrer respeitando todas as normas técnicas dos licenciamentos e não pondo em causa a população, e este caso tem sido alvo de algumas queixas, não é só do José.”
O vice-presidente esclareceu ainda que, apesar de não ser responsabilidade da câmara legalizar as atividades de agropecuária, no caso dos licenciamentos para construção a câmara já tem algo a dizer e nesse sentido houve um embargo à infraestrutura dessa vacaria “e estamos a tentar perceber se aquilo que está construído cumpre ou não a legislação em vigor na câmara municipal. Se a construção for legal, não é possível que os resíduos da exploração poluam desta forma, têm de ter sistemas para tratamento próprio (…) Loureiro é uma freguesia que tem algumas vacarias, mas a maior parte delas não tem esse grau de poluição que tem essa vacaria que é sua vizinha”, concluiu.