17 Jun 2024
Helena Terra *
Tivemos eleições europeias no passado dia 09. É sabido que estas eleições são eleições com muitas particularidades relativamente a qualquer ato eleitoral de caris meramente nacional, sejam eleições legislativas sejam eleições autárquicas.
Nas eleições europeias, no nosso concelho a coligação AD (formada pelo PSD, CDS/PP e PPM), ganhou as eleições com 36,1% dos votos, logo seguida do PS com 35,7% dos votos. Relativamente às eleições anteriores, ocorridas em 2019, os resultados não foram muito distintos. Nesta altura ganhou o PS com 36% e o PSD somado com o CDS/PP, que então concorreram separadamente, teve 34,1% dos votos. O que significa que o PS, manteve quase intocável a sua votação das eleições europeias anteriores, apenas teve menos 0,3% dos votos, enquanto agora, em coligação, o PSD e o CDS/PP, tiveram mais 2% dos votos.
O facto que deve merecer a reflexão coletiva e mormente a reflexão e atenção dos dois maiores partidos, PS e PSD, é o de que a IL e o CHEGA, somados, nas eleições de 09 de junho, tiveram cerca de 43% dos votos obtidos quer pelo PS, quer pela coligação. Este crescimento, vem na linha dos restantes países da europa, embora com diferente expressão.
No próximo ano teremos eleições autárquicas e no PSD acabaram de ser eleitos os novos órgãos da concelhia, com novos protagonistas, a quem aproveito a circunstância para desejar as maiores felicidades no exercício das funções para que foram eleitos. As estruturas locais do PS, quer a concelhia quer a distrital, também terão eleições dentro de pouco tempo. No que à estrutura concelhia do PS diz respeito, não se vislumbram alterações; o que, só por si, pode ter uma de várias ou, até mais que uma, leitura(s), para quem não está ligado a nenhuma delas.
Eu faço parte daqueles que defende a limitação de qualquer mandato eletivo, por ser um princípio diferenciador de qualquer sistema democrático.
Os tempos que se avizinham vão ser de luta política intensa e o próximo mandato de qualquer uma destas concelhias vai ter um conjunto variadíssimo de desafios. Sendo certo, como é, que o maior deles são sempre as eleições autárquicas.
Poucas são as dúvidas que podemos ter que as duas novas forças políticas à direita vão apresentar candidaturas e as melhores possíveis, porque é neste tipo de eleições que os partidos se afirmam no terreno por força da maior proximidade entre eleitores e eleitos.
De notar que Francisco Assis fez, esta semana, provavelmente a última intervenção no parlamento nacional antes de rumar a Bruxelas e mereceu um aplauso de pé de toda a bancada do PS, menos da fila da frente onde estavam, entre outros, secretário-geral e a líder da bancada parlamentar socialista, Pedro Nuno Santos e Alexandra Leitão, respetivamente.
Pelo contrário, Hugo Soares, líder da bancada parlamentar do PSD, decidiu aplaudir de pé o discurso de Francisco Assis.
Parece-me muito provável que novos ventos comecem a soprar vindos de mais do que uma só direção.
* Advogada