6 Dec 2022
Eduardo Costa *
A primeira mulher árbitro internacional a dirigir um jogo de um ‘Mundial’ masculino é lusodescendente, “filha de mãe portuguesa” (Stéphanie Frappart).
“Espero que este Mundial melhore a vida das mulheres lá.” Foi assim que comentou o facto de haver mulheres a arbitrarem jogos de alta competição, num campeonato que acontece num país onde os direitos das mulheres são severamente restringidos.
Seis árbitros do sexo feminino têm arbitrado neste ‘Mundial’ – Frappart, a ruandesa Salima Mukansanga e a japonesa Yoshimi Yamashita, bem como as árbitras assistentes Back, Diaz e Kathryn Nesbitt, dos Estados Unidos. “Fizeram história no Catar”. Assim escreveu a FIFA. São a primeira equipa de arbitragem feminina num encontro de um ‘Mundial’ de futebol masculino.
Muitos consideram o futebol um mundo muito ‘sexista’, um mundo de homens. As equipas femininas começam a ter relevância e é bom saber que o Catar foi obrigado a criar uma seleção de futebol feminino para ganhar o campeonato do mundo.
E em Portugal, como estamos de abertura da arbitragem de jogos de equipas masculinas por mulheres’ Por cá, há cerca de 3100 árbitros de futebol. Apenas 70 são mulheres.
No entanto, esta época, com a ascensão à FIFA de mais três árbitros portugueses do sexo feminino, Portugal tem um total de sete juízas internacionais (três principais e quatro assistentes). Está a melhorar. No entanto, ainda estamos no início deste campeonato de ver árbitros (não digo “árbitras” propositadamente…) do sexo feminino no mundo do desporto-rei ‘de homens’.
* Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional