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O empresário Carlos Teixeira, administrador da empresa Cheto, situada em Loureiro, foi o convidado do programa da Azeméis TV/FM ‘O ADN Oliveirense’ com Helena Terra, em que não falou apenas da sua vida profissional, mas também das suas ambições pessoais.
Marta Cabral
“As minhas memórias são de Oliveira de Azeméis, mas não deixo de ter uma veia africana”, afirmou Carlos Teixeira, uma vez que apenas a sua mãe é oliveirense. Veio para Oliveira de Azeméis “muito novinho” e frequentou o ensino primário na Feira dos Onze, na parte de baixo, na Escola Conde Ferreira. Seguiu para a escola industrial e completou o 9.º ano no CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica. “Fui um dos primeiros alunos quando abriu. Tive bons professores nessa escola; são pessoas que me preencheram e que me ajudaram a crescer como homem”, considerou Carlos Teixeira. O ensino secundário e a universidade foram frequentados à noite, uma vez que o empresário, na altura, trabalhava durante o dia. “Foi um percurso de vida mais duro. Dou muito valor às pessoas que fizeram este percurso”, declarou, acrescentando que, para além da Cheto, teve outras experiências profissionais que ajudaram a moldar o seu caráter.
Administrador da Cheto – empresa PME Líder desde 2015 que possui “tecnologia própria” na produção de máquinas-ferramentas multifuncionais que trabalham o aço –, Carlos Teixeira contou que em 2020 previa chegar aos 11 milhões de euros de faturação mas que, devido às circunstâncias atuais, tal não foi possível. “Ajudou-nos a repensar a organização e, por incrível que pareça, contratámos mais pessoas”, sublinhou o gestor, cuja empresa tem clientes de vários países, como França e ou Roménia.
Com cinco mil metros de área ocupados pela Cheto, Carlos Teixeira adiantou que o parque industrial da Área de Acolhimento Empresarial de Ul/Loureiro existe, “talvez”, pela sua “insistência”. “Apesar de tudo, houve condicionantes para que aquela área avançasse. Espero que façam algo para o acesso da rua da Vidigueira; no entanto, fico muito feliz por a Área Empresarial de Loureiro estar nos planos da autarquia”, apontou.
“Sei que, se estivesse num mercado como os Estados Unidos, a Cheto tinha o triplo do valor. Mas, por aqui, acredito que também possamos fazer um bom trabalho”, enfatizou. Para o empreendedor, uma boa zona industrial deve ter em conta preços, acessos, boas localizações e mão-de-obra especializada, assim como uma cidade “com vida” e que crie condições para que “a população aumente”. “O nosso concelho tem espírito empresarial. Costumo dizer que não trabalho; sinto-me vivo e a rotina é intensa”, concluiu Carlos Teixeira.
Cinco motivos para investir em Azeméis
Para o empresário oliveirense, há cinco motivos específicos para investir em Oliveira de Azeméis, entre eles o espírito industrial do concelho, os vários idiomas que as pessoas falam, as escolas técnicas, a proximidade com os acessos a Porto e Aveiro, entre outros. “O Centro de Línguas é importante para esse papel [aprendizagem de idiomas] e temos boas escolas, como é o caso do CENFIM e da Soares Basto”, explicou Carlos Teixeira. “Gosto da nossa cidade, mas viajo um bocadinho e conheço cidades mais pequenas do que a nossa com excelentes condições de vida que gostaria de ver implementadas em Oliveira de Azeméis. Azeméis é indústria”, enfatizou.
Cheto estreia-se no setor nuclear
A Cheto vai entrar no setor nuclear, estando envolvida num projeto de criação de peças específicas para centrais nucleares. “É uma novidade para nós e não deixa de ser um projeto europeu bastante interessante. Honra-nos entrarmos num setor que desconhecíamos”, afirmou Carlos Teixeira. “Não tenho dúvidas de que Oliveira de Azeméis vai ter uma indústria a fornecer centrais nucleares”, declarou, acrescentando que têm equipamentos instalados em empresas de referência no setor do petróleo.
‘3720.PT’ é o novo projeto imobiliário para Azeméis
Carlos Teixeira e a sua mulher, a arquiteta Ana Isabel da Costa e Silva, têm um projeto imobiliário conjunto para Oliveira de Azeméis - ‘3720 Apartaments Oliveira de Azeméis’ - que vai nascer no antigo Asilo da Infância Desvalida. “Queremos trazer para a cidade valor acrescentado num edifício recuperado e valorizado. Ficou o compromisso de que iríamos honrar o edifício”, assegurou o empresário. “Esta é uma experiência nova para nós mas não tenho qualquer dúvida de que toda a gente vai gostar”, refletiu. O site associado ao projeto (https://3720.pt) estará em breve disponível.