25 Jul 2023
Eduardo Costa *
“O tempo está incerto, no mesmo dia vem um sol quente, como vem frio e chuva! Não sabemos com o que contar. Está como o nosso governo!” A senhora de idade avançada refletiu o sentimento comum.
A descrença das pessoas nas instituições é grande. “Não há pessoas capazes de nos governar”. Esta é uma expressão muito comum. “Mudar de governo para quê, se são todos iguais…”
Temos produção, exportação, turismo, povo hospitaleiro, juventude bem formada, bons trabalhadores, empresários empreendedores. Só nos faltam políticos capazes. Os partidos não souberam atrair os melhores. Há bons políticos? Há! Conheço vários. São sérios e empenhados na nobre missão de servir a causa pública. Mas, não é difícil concordar que não saímos da cepa torta. Somos um pais sempre adiado.
Como diria o novo diretor executivo do SNS, o problema não é a falta de dinheiro, falta-nos organização.
Não posso esquecer as palavras do cônsul romano, quando justificou perante o imperador os problemas que tinha na península ibérica: “há um povo para o lado do mar que não se sabe governar nem deixa que o governem”.
As contas do estado estão certas. Claro que sim! Com a montanha de dinheiro que está a entrar da Eurolândia, não é difícil. O dinheiro que vem da UE está a servir para pagar o despesismo do estado. Devia ser todo para investir no nosso futuro. Mas, é sabido que é desviado para pagar contas, disparates e outras coisas menos agradáveis. Tem sido sempre assim. Mudam-se os políticos mas a (ruinosa) política mantém-se.
* Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional