28 Dec 2021
Diogo Barbosa *
A quadra que agora atravessamos é um momento importante de reunião das famílias. Ao pensar na família, e família são as várias formas de relação entre as pessoas, não apenas aquelas estabelecidas pelo sangue, devemos também pensar nas condições para o desenvolvimento das pessoas e ao seu direito a uma vida digna.
Aprovou-se o orçamento camarário para 2022 e, no nosso entender, não foram procuradas soluções para a fixação de população em Oliveira de Azeméis. Olhamos a medida da descida da taxa do IMI para o valor mínimo com agrado, mas o que é que foi proposto para resolver o problema da especulação imobiliária no nosso concelho? Nada. Ao longo do período em que ocorreu a campanha autárquica houve um grande consenso no que toca à ideia de que Oliveira de Azeméis necessita de ser um concelho mais atrativo. Do ponto de vista da habitação isso só pode acontecer se o município intervir como regulador. Alertamos durante a campanha e nos debates para a necessidade de se aderir a programas como o 1º Direito e da necessidade da criação de uma bolsa de arrendamento a custos controlados. Até ver de nada serviu e nenhuma proposta nesse sentido surgiu por parte do executivo.
Com a falta de planeamento estratégico no setor da habitação é difícil fazer com que os jovens e as jovens famílias se possam fixar e viver em Oliveira de Azeméis com qualidade de vida. Assim, assistimos a mais um ano em que não se prevê um investimento num parque habitacional público com rendas acessíveis e que pode trazer a possibilidade de regular o mercado da habitação no nosso concelho. Na nossa perspetiva, deve existir uma plano de reabilitação do edificado urbano que esteja devoluto e que sirva as nossas pessoas trazendo duas vantagens. A primeira é a de que garantimos que o edificado devoluto ganha nova vida sem a necessidade de nova construção, a outra é a de que podemos, como agentes de serviço público, procurar dar melhores condições para quem se quer fixar no nosso concelho. E isso só se faz com vontade.
* porta voz da Comissão Política do BE